As Greentechs têm surgido cada vez com mais impacto no mercado por combinarem rentabilidade, cuidado e respeito ao meio ambiente. Um ótimo exemplo é a Brota Company, empresa criadora da primeira horta residencial inteligente do País. Produzida com 100% de materiais reciclados, a startup acaba de receber uma rodada Seed de R$ 1 milhão.
A rodada foi liderada pela APEX Partners, que tem em seu portfólio exits de sucesso, como a Singu para a Natura, o app de delivery Shipp, adquirido recentemente pela B2W, e o mercado inteligente Zaitt, comprado ano passado pelo Grupo Sapore.
“Estamos muito felizes e animados com o apoio recebido da APEX. Acreditamos que a sociedade tem anseio por soluções que deem-as a oportunidade de escolha por uma vida mais saudável e com menos impacto na natureza. É com esta premissa que a Brota se baseia desde o início das operações e que, certamente, se intensificará ainda mais com o crescimento gerado a partir de agora”, comenta Rodrigo Farina, CEO da Brota Company.
Com o propósito de permitir a qualquer um, mesmo sem conhecimento de plantas, a cultivá-las em casa, a Brota surgiu a partir do sucesso obtido com uma campanha de crowdfunding na plataforma Catarse. Na oportunidade, foram captados quase R$ 536 mil e 2.500 unidades da Brota, com a meta superada em 450%.
A partir do recebimento do aporte, a ideia é dar mais robustez ao produto, opções de plantio com a criação e lançamento de um sistema próprio de iluminação artificial, além do aumento para 30 tipos de cápsulas entre temperos, hortaliças e chás. Além disso, a empresa, que hoje tem 15 funcionários, pretende dobrar este número até o final do ano. Hoje a startup já conta com 13 mil clientes, tendo a meta de chegar em 25 mil até o fim de 2021, distribuindo mais de 300 mil cápsulas e atingindo R$ 7 milhões de faturamento.
Crescimento e melhorias em ritmo acelerado
Desde seu lançamento, diversas mudanças já foram feitas no produto pensando sempre em aprimorá-lo e entregar a melhor experiência aos clientes apaixonados por plantas assim como todos na Brota. Algumas delas aconteceram na parte nutricional das cápsulas, com substituições deixaram os minerais e compostos essenciais mais disponíveis e com uma melhor taxa de absorbância, resultando em melhores taxas de germinação das plantas.
Além disso, o modelo de produção das cápsulas foi modificado. Antes prensadas, agora a terra com as sementes e nutrientes vão soltinhas para facilitar a hidratação e oxigenação do solo em uma embalagem totalmente sustentável. Se o cliente colocá-la na água ela dissolve, sem formar qualquer microplástico.
O produto funciona a partir de cápsulas as quais cada uma contém uma espécie de solo inteligente preparado especialmente para o crescimento da semente já contida nela. O consumidor precisa somente abastecer o reservatório da sua Brota uma vez a cada 25 dias sem preocupações ou riscos de perda da plantação.
Isso acontece graças ao sistema autônomo de irrigação e nutrição da horta, que alimenta cada cápsula com um tipo de planta no tempo e quantidade ideais, eliminando totalmente a necessidade de conhecimento sobre botânica ou mesmo alguma prática. Hoje a empresa disponibiliza 8 opções de cápsulas, entre elas de Camomila-Húngara, Alface Baby Leaf e Orégano Bravo-Europeu.
“Em apenas 5 meses, a Brota vendeu quase R$ 2,4 milhões, o que comprova a alta capacidade de execução e de entrega de seu time. Além disso, evidenciou que existe um alto potencial de mercado para o inovador produto da empresa”, afirma Felipe Caroni, sócio e Gerente de Private Equity, Venture Capital e Dívida da Apex Partners. Além da adesão dos clientes do varejo, o executivo destaca ainda que a startup possui muitos projetos promissores para o lançamento de novas linhas de produtos e entrarem em novos canais de venda.
É preciso refazer as contas da cadeia produtiva de alimentos
Segundo a ONU, 90% das pessoas estarão residindo em cidades até 2030. Isso significa que a distância delas para a produção de alimentos que é no ambiente rural só aumenta. Já podemos visualizar alguns dos impactos sócio econômicos desse movimento. Um deles é muito grave, a iminente escassez de alimentos. Ela é ocasionada por mais três grandes fatores: o desperdício de alimentos pelo esforço até chegarem às cidades e, por fim, a consequente extinção dos pequenos produtores. A constatação é que está ficando cada vez mais caro, menos saudável e menos sustentável o caminho da produção até a mesa do consumidor
“Já podemos identificar um claro ponto futuro de inflexão na alimentação mundial. Isso significa que a produção de alimentos em breve não acompanhará mais o volume populacional do planeta se mudanças não forem realizadas. Para isso, seria necessário aumentar em 60% a capacidade de produção mundial. Mas como isso é possível se, segundo a Nasa, 80% de toda terra adequada para plantio já está ocupada?”, questiona Farina.
A resposta pode parecer simples: tecnologia e produtividade. Farina continua: “quem diz que a resposta é investimento em tecnologia se esquece de que quem produz nossos alimentos hoje é o micro produtor, com pequenas terras e remuneração menor ainda (cerca de R$ 400). Ele não consegue investir em sua produção e vê sua terra ter mais valor sendo vendida para o grande produtor ou então incorporada ao meio urbano. Assim, cada dia mais a produção de alimentos deve mudar para dentro das cidades, dessa vez, com real capacidade de investimento em tecnologia e produtividade. Começamos agora dentro das casas das pessoas e queremos cada vez mais ocupar um percentual maior do prato delas, com novas cápsulas, produtos e serviços.”
Foto de destaque: Da esquerda para à direita. Rodrigo Farina, Juan Correa e Bruno Arouca, fundadores da Brota Company.
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