* Por Camilo Barros
Muito tem se falado em Web 3.0 ou Web3, a nova era da internet. Mas o que realmente significa essa mudança e como de fato ela vai impactar os negócios e as nossas vidas?
Para começar a falar sobre o assunto, precisamos antes de mais nada entender que as principais mudanças que notamos quando falamos nos diferentes tipos de web, é basicamente que todas elas andaram lado a lado com as mudanças no comportamento do consumidor.
Por exemplo, a Web 1.0 foi a era da descoberta. Nela os usuários estavam começando a explorar esse novo universo que se apresentava, mas o comportamento nas redes era mais passivo. Era sim possível fazer buscas e acompanhar notícias, mas sem a possibilidade de interação. Já a Web 2.0, a era social media, foi quando os espectadores passaram a ter voz e participar mais ativamente dando, não só opiniões, mas influenciando de fato nas decisões das marcas.
Hoje, estamos diante de uma nova era, a Web 3.0 ou Web3, que é sobre a descentralização em tudo aquilo que compõe a internet de maneira transparente e segura. Ela é sobre interoperabilidade e confiança. E a grande diferença é que nela as pessoas são membros, de preferência ativos, e não apenas um usuário. Ou seja, ela propõe experiências de fato imersivas, como o metaverso.
Entre diversas tecnologias que a compõem, o metaverso é a que está mais em destaque nos últimos meses. A verdade é que ele é uma das grandes tendências que vão impulsionar os negócios nos próximos anos. De acordo com um levantamento global publicado pela McKinsey, apenas nos cinco primeiros meses de 2022, grandes empresas, fundos de venture capital e private equity já investiram mais de US$ 120 bilhões em negócios ou ativos no metaverso.
É claro que o mercado ainda está presenciando uma fase de experimentação, mas a tendência de descentralização veio para ficar e esses números só comprovam a força dessas inovações. Além disso, algumas marcas têm investido pesado em ações no metaverso, como o IFood, que está no Cidade Alta e possibilita que os jogadores tenham a experiência de serem entregadores do iFood no jogo. Assim, cada entrega é uma missão que rende cupons de desconto, dinheiro (para ser usado dentro do jogo) ou reputação. Ou então a Gucci, que abriu uma loja no metaverso em parceria com o artista digital Wagmi-San.
Outra tecnologia muito presente nessa nova era de descentralização são os NFTs ou tokens não fungíveis, um tipo especial de token criptográfico que representa algo único. Ou seja, são a digitalização e criação de identidade única de ativos. Grandes marcas já perceberam o poder desses tokens, como é o caso da Adidas que arrecadou mais de US$ 22 milhões com a venda dos seus NFTs.
Hoje, eles são comercializados em formato de jpegs e gifs, mas em um futuro não muito distante, eles serão um dos principais modelos de receitas possíveis dentro do metaverso. Nike, Dolce Gabanna, Tiffany, Gucci e Budweiser completam a lista de marcas que já contabilizam duplo dígito em cifras milionárias em receitas através de NFT.
A grande questão é que a Web 3.0 vai abrir um leque imenso de possibilidades nunca antes imaginadas e é essencial que todos os tipos de empresas estejam atentos a essa nova realidade para aproveitar a oportunidade de impulsionar seus negócios. Você está pronto para essa nova era? A resposta provavelmente será não, e não há problema nisto, só os convido a estarem abertos a este novo mundo.
* Camilo Barros é Head of Sales and Partnerships Latam da VidMob