* Por Yanick Gudim
Nesses últimos anos, por causa da pandemia, o setor de viagens corporativas foi impactado diretamente. Desde março de 2020 viagens e eventos estão sendo cancelados, uma realidade nunca antes vivida, o que trouxe muitas incertezas. Atualmente, devido aos avanços da vacinação, a perspectiva para 2022 é bastante otimista por conta da abertura das fronteiras e da retomada das viagens internacionais.
De acordo com dados da Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (ALAGEV), em setembro de 2021, o setor registrou 96% de aumento no faturamento, se comparado ao mesmo período em 2020, com injeção de R$ 453,4 milhões na economia.
Porém, neste período houve uma maior adoção de plataformas como Zoom, Google Meets, entre outras, e as pessoas estão vendo que é possível fazer reuniões digitalmente, então, nesse caso, as viagens rápidas a negócios não seriam mais necessárias. No entanto, reuniões decisivas, fechamento de grandes acordos não podem abrir mão do contato humano, que pode ser o fator decisivo nesses encontros. Por esse motivo, não podemos negar a importância das viagens corporativas.
Além disso, o Brasil é um país de dimensões continentais e muitas empresas possuem capilaridade e operações em diversas, cidades e regiões, com equipes que precisam se locomover diariamente, são os casos de construtoras e companhias que trabalham nos setores de agronegócios, logística, e-commerce, varejo, farmácia, entre outros. As grandes organizações, de maneira geral, mantêm essa demanda e, assim, as expectativas para o mercado de viagens seguem otimistas.
Logo, é importante observar algumas tendências significativas que podem fazer a diferença neste cenário. Entre elas, destaco a criação de um planejamento estratégico eficaz, que envolve segurança e os cuidados com a saúde. Vale reforçar que um bom planejamento para as viagens corporativas também colabora para a redução de despesas, otimização e agilidade de processos, e melhoria na segurança e obtenção de informações.
Em relação à saúde do colaborador, ainda que o número de casos tenha diminuído e o número de vacinados esteja crescendo, não podemos ignorar que ainda estamos em um cenário de pandemia. Assim, é prioridade a preservação da saúde do colaborador durante suas viagens.
Portanto, as empresas precisam estar cientes e preparadas para cumprir todos os protocolos de segurança. É essencial pesquisar com antecedência as exigências do destino da viagem, como a realização de testes, para que não haja imprevistos e muito menos riscos à saúde das pessoas.
O passaporte de vacinação também se transformou em uma das principais tendências na retomada das viagens corporativas. Esse documento diz respeito à comprovação do viajante contra a COVID-19 (e outras doenças). Em países cuja vacinação está avançada, o passaporte de vacinação digital está bem próximo de se tornar uma realidade. Ainda que haja discussões sobre a sua apresentação, o passaporte digital reunirá todas as informações que o passageiro precisa apresentar em um só lugar.
Outra tendência será a retomada de feiras, lançamentos de vendas, conferências, convenções, entre outros eventos. Um dos fatores mais importantes é o cuidado em relação à higiene. A fiscalização em aeroportos e hotéis aumentou significativamente após o início da pandemia e deve se estabelecer como o novo padrão de higiene. Muitos eventos também exigem o cartão de vacinação e o uso de álcool em gel e máscara. Todos esses cuidados unidos à volta dos eventos e feiras corporativas só aumentam a tendência de aumento de viagens.
Por fim, para que tudo ocorra como o planejado e os colaboradores se adaptem às mudanças, a utilização de softwares de gestão é uma realidade no mercado. O avanço da tecnologia marcou, de forma drástica e rápida, o mundo corporativo. Os softwares de gestão chegaram para facilitar a operação, tornando gestores e profissionais ainda mais estratégicos com dados e acompanhamentos em tempo real de todo o planejamento.
Operações repetitivas e que demandam atenção foram automatizadas. Isso passou a garantir mais tempo aos profissionais para se dedicarem a tarefas muito mais importantes. Muitas companhias já vivem a realidade dos softwares como grandes auxiliares na gestão financeira. Portanto, acredito que esses sejam os pontos fundamentais para se atentar com relação ao mercado de viagens corporativas que têm retornado à normalidade com ferramentas cada vez mais tecnológicas para auxiliá-lo.
Yanick Gudim é fundador e CEO da ExpenseOn. Formado em Ciências Contábeis com especialização em IFRS, o executivo acumula dez anos de experiência em Auditoria, Consultoria e Controladoria, atendendo clientes como: Marfrig, JBS, Banco Bradesco, Avianca, Netshoes e Dafiti.