* Por Guilherme Cavalcante
Para quem mora ou trabalha em bairros verticais como Pinheiros, Moema, Faria Lima e centro de São Paulo, um dos fatores que está impactando a mobilidade urbana são os cancelamentos dos motoristas de aplicativos, isso já causou cancelamentos e atrasos de compromissos, além de muito estresse dos usuários do serviço.
Fato que vem ajudando a escolha de uso de carros compartilhados e outros serviços alternativos. No caso de veículos elétricos, a oportunidade está ajudando o setor automotivo a realizar test-drives e a mapear as expectativas e primeiras impressões de motoristas que serão consumidores desses veículos em breve.
A nova jornada de compra de veículos agora tem um outro aliado, o carsharing. O antigo hábito de trocar de carro vinha carregado de vícios, pesquisas frias em sites, visitas a concessionárias, até estar convencido a realizar um test-drive no veículo escolhido, seja um lançamento, um carro usado, a jornada era sempre a mesma.
Agora, já imaginou ter uma base de carsharing e motosharing no seu prédio, ou na sua empresa, onde pode testar diferentes modelos de diferentes marcas, e depois da experiência ter a opção de compra? Os veículos elétricos compartilhados são a nova aposta de startups e montadoras que olham para o futuro das revendas e dos serviços automotivos.
É fato, que um eletrificado hoje possui um valor superior aos veículos à combustão, mais populares no país, no entanto, ao ter a oportunidade de dirigir, testar o carregamento, a tecnologia embarcada e sentir os benefícios que ele possui por meio de uma experiência real, com certeza, o consumidor ficará encantado, isso aumenta em quase 70% a conversão de compra do elétrico.
Apesar de ter que desembolsar um valor a mais, optando pelo veículo elétrico, o proprietário irá descobrir que além das tecnologias, conforto e comodidade a mais que ele terá, o preço gasto inicialmente será recompensado de outras formas. Alguns exemplos são a maior vida útil e os baixos custos com manutenção e com combustíveis, saindo o dono então, no final das contas, no lucro.
De acordo com estudo recém publicado pela The Zero Emission Transportation Association (ZETA), a economia gira em torno de US$ 6 mil (R$ 28.600) a US$ 10 mil (R$ 47.670). Vale reforçar ainda que, apesar de ter sido feita nos Estados Unidos, os resultados da pesquisa podem ser utilizados no Brasil, e teremos ainda mais vantagens, pois a eletricidade é bem mais barata por aqui.
Empresas e condomínios que oferecem a possibilidade de seus moradores e colaboradores testarem um carro elétrico, geraram maior engajamento na temática ESG, e ainda fazem seu papel social de educar da porta para dentro e cuidar do próximo da porta para fora, tornando as cidades ainda mais inteligentes e sustentáveis.
É fato também que nosso país ainda precisa avançar demais quando se fala em políticas de impostos e, também, de incentivos para elétricos custarem menos, de mais bases de carregamento para que serviços de compartilhamento de veículos elétricos possam se tornar mais acessíveis para toda a população, espero trazer mais avanços nesses temas nos próximos artigos.
Guilherme Cavalcante é CEO e fundador do app UCorp. É especialista em desenvolver modelos de negócios e produtos digitais com foco em mobilidade. Formado em Tecnologia e Mídias Digitais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e possui pós-graduações em Design de Projetos Especiais (BAU-Barcelona) e Inteligência de mercado (Universidade de São Paulo – USP).