Corporate Venture Capitals (CVCs) é uma das modalidades de investimento que mais cresce no Brasil nos últimos anos. Elas são grandes empresas que atuam como investidores de startups, ao contrário de Venture Capitals (VCs), que não estão atreladas a corporações, e têm demonstrado uma redução de investimentos recentemente.
A Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) realizou um mapeamento de Corporate Venture Capital no Brasil para criar um retrato dessa modalidade no país em 2022. Das empresas participantes, 82,5% são sediadas no Brasil, 80% possuem uma receita líquida acima de R$ 1 bilhão e os setores mais representativos, são: Industrial (manufatura, químicos, materiais avançados etc.), Energia (geração, transmissão e distribuição) e Saúde (farmacêutica, médico hospitalar, diagnóstico etc.).
Ainda de acordo com a pesquisa da ABVCAP, 72,7% das unidades de CVC criadas nas empresas participantes estão na fase Inicial (2020 a 2022), 15,2% na fase de Expansão (2017 a 2019) e 12,0% na fase de Resiliência (até 2016). Isso significa que houve um crescimento expressivo de criações de unidades de CVC nas empresas brasileiras nos últimos três anos.
Um dos motivos para isso é a ampliação da prática de inovação aberta no país no período, tendo as CVCs como suas grandes impulsionadoras e consumidoras da inovação proporcionada pelas startups.
Essa é justamente uma das vantagens para startups procurarem CVCs para conseguir aportes. Ao contrário de VCs, o objetivo das CVCs não é o retorno financeiro puro e simples. O investimento vindo de uma CVC busca agregar valor ao segmento e, principalmente, aos seus clientes. Portanto, uma empresa no setor financeiro pode investir em uma fintech para incrementar seu serviço de Open Finance, por exemplo, melhorando o serviço prestado para os clientes finais. Essa é a grande expectativa da CVC.
Além disso, uma CVC atua de forma semelhante a uma aceleradora. Ou seja, ela acompanha o dia a dia do trabalho, fornece indicações e ajuda nas validações de produtos e serviços. Esta é uma modalidade de investimento marcada pela colaboração entre as partes e não pela cobrança de retorno.
Por conta disso, as diligências prévias de uma CVC no momento de analisar uma startup para investimento são muito menores do que de uma VC. O levantamento de informações contábeis, tributárias, jurídicas, financeiras, além da parte tecnológica e societária não é tão aprofundado. Isso facilita que a transação ocorra.
Claro que não é tudo um mar de rosas.
Em contrapartida, a startup que é investida por uma CVC pode, com o tempo, ficar muito presa ao segmento da corporação. Mesmo que, inicialmente, a ideia do empreendedor possa ser aplicada a diversos setores, seu crescimento inicial baseado em uma CVC pode fazer com que ele se aprofunde cada vez mais em uma só área de atuação.
Por isso, ser investido por uma CVC é uma excelente estratégia para a startup que está em fases iniciais. No entanto, para quem já está mais avançado, talvez não seja a melhor opção. Inclusive porque o aporte não costuma ser tão significativo quanto o de VCs, já que ele vem acompanhado do “smart”, que são as indicações e validações que nos referimos acima.
Por isso, é importante que o empreendedor faça uma análise precisa de onde ele vai buscar o investimento para a sua startup, de acordo com o momento em que se encontra. A relação precisa fazer sentido com seus planos de expansão e com as necessidades atuais da startup. Entender profundamente a tese de investimento da CVC é imprescindível para que o empreendedor possa tomar a melhor decisão nessa jornada.
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