* Por Sergio Pedroso
Você já parou para pensar sobre o que nos torna únicos? Ao longo da história, muitas profissões surgiram e desapareceram e atividades que eram feitas de um jeito por décadas passaram a ser realizadas de forma completamente diferentes (e facilitadas). Tudo isso só aconteceu por causa da evolução tecnológica provocada pela incansável capacidade de criar do ser humano.
Hoje, em que a digitalização está ainda mais acelerada e que a tecnologia ocupa um espaço cada vez maior na execução de tarefas, precisamos refletir sobre a importância do fator da “humanização” nas empresas e em seus relacionamentos com os mais diversos públicos. É uma dicotomia que sempre esteve presente e que caminha para um encontro onde a tecnologia pode ser usada de forma mais humanizada pelas organizações.
As situações estão cada vez mais complexas e exigem habilidades puramente humanas, como autoconhecimento, criatividade, comunicação, colaboração e consciência coletiva. É por isso que a diversidade se tornou tão fundamental, por exemplo. Grupos formados por pessoas com diferentes formações, pensamentos, etnias e gêneros tendem a ser mais abrangentes e criativos na forma de pensar seus produtos e serviços e também de se relacionar com seus consumidores. Uma empresa com cultura e valores mais humanizados norteia as preferências dos clientes e a rotina dos colaboradores, o que resulta em simpatia (interna e externa) e fidelização à marca.
Listei algumas boas práticas que o mercado e seus especialistas vêm debatendo sobre como usar a criatividade para alcançar o sucesso humanizado, tema que inclusive norteia discussões e eventos sobre o futuro neste ano, como o Zendesk On Air.
1) Exercite o músculo da criatividade
Sim, a criatividade é o novo MBA. Para exercê-la nas equipes, é importante buscar referências que se conectam com as pessoas no dia-a-dia, pois são elas que inspiram a inovação. Isso é importantíssimo, já que 77% dos CEOs consideram difícil encontrar as habilidades de criatividade e inovação de que precisam, segundo estudo da PwC. Os principais skills que os líderes mais procuram são solução de problemas, liderança, adaptabilidade e criatividade – acima de conhecimentos técnicos como tecnologia, matemática, ciência e engenharia.
2) Encontre seu momento criativo
É comum ter um momento do dia em que a criatividade salta à flor da pele. Esse é um dos elementos do tripé da motivação criativa: autonomia, domínio e propósito. Todos eles precisam fazer parte de ambientes que favoreçam a ebulição de novas ideias, tornando esses lampejos mais recorrentes e produtivos. Enquanto a autonomia envolve aproveitar as horas mais criativas (que pode ser tarde da noite ou bem cedinho), o domínio é o que faz uma equipe desejar ter uma performance melhor. Já o propósito é a busca constante por fazer algo maior do que nós mesmos.
3) Procure dar risada
Um ambiente de trabalho mais bem-humorado e divertido é um campo fértil para a criatividade, e une CEOs a estagiários, gerando confiança, persuasão e engajamento. Ambientes de trabalho lúdicos, que permitem o movimento, estimulam a criatividade e o pensamento fora da caixa.
4) Busque pessoas diferentes de você
Garantir a circulação de inúmeras opiniões e visões de mundo, vindas de profissionais tão diferentes uns dos outros, dá acesso a um mundo muito mais amplo de conexões e soluções criativas. Se por um lado o medo é o grande inimigo da criatividade em muitas organizações que ainda impõem barreiras para seus colaboradores, empresas inovadoras podem registrar, por exemplo, a implementação de 10 mil novas ideias por ano, que geram economia de tempo e dinheiro. Pessoas que não conseguem se desvencilhar de um pensamento linear costumam ter mais dificuldade para encontrar soluções criativas.
5) Seja ousado
Assumir riscos para implementar novas maneiras de satisfazer os clientes, inclusive com ideias jamais testadas anteriormente, se tornou mais comum entre as empresas. A chamada “cultura do erro” dá liberdade para que organizações testem diversos caminhos até encontrarem um que seja ideal. A digitalização acelerou essa mudança de mentalidade, a fim de entregar o que as pessoas precisam hoje, porém de uma forma melhor, mais ágil e com menos atritos. Por isso, é tão importante acompanhar as movimentações do mercado e novas tendências e necessidades tecnológicas. Não é à toa que a colaboração para atingir isso tem sido mais remota, multicanal e ininterrupta, bem de acordo com as preferências atuais dos clientes.
6) Comece tudo de novo
Rever os planos é algo que deve se tornar mais frequente, não importa qual seja o estágio de cada negócio na jornada da digitalização – seja para se manter à frente da concorrência nessa corrida tecnológica ou para eliminar o atraso nesse quesito. Mas qualquer ajuste de rota precisa ter no centro o cliente que, assim como outros aspectos da vida, está sempre em evolução. Ter a capacidade de gerenciar esse relacionamento de forma contínua e personalizada é o mínimo que pode ser feito para conhecê-lo, entregar as experiências que procuram e transformá-los em multiplicadores de mensagens. Pessoas que compartilham dos mesmos valores defendidos pelas marcas que consomem tendem a se identificar de forma mais autêntica e genuína. Rever os planos à luz desse pensamento é chave para a competitividade de qualquer organização.
* Sergio Pedroso é gerente sênior de Public Relations e Comunicação da Zendesk para a América Latina.