* Por Ana Debiazi
Para colocar uma ideia inovadora em prática, não basta apenas ter dinheiro em jogo. Contar com equipe capacitada para dar os primeiros passos e uma rede de pessoas experientes no mercado é tão importante quanto. Na verdade, são diferenciais certeiros para guiar a startup rumo ao crescimento. É justamente aqui que entram as venture builders – instituições com foco na construção e no desenvolvimento de ideias e negócios escaláveis. Resumindo: empresas especializadas em criar empresas.
Para se ter uma ideia, 60% das startups criadas dentro de venture builders chegam às rodadas de investimentos de séries A, segundo um estudo da GSSN (Global Startup Studio Network), a mais renomada rede de startup estúdio do mundo. Somente 1,5% das startups brasileiras conseguiu chegar a esse nível e apenas 1,7% levantou US$ 5 milhões ou mais. Ainda de acordo com o estudo, startups fundadas dentro de VBs chegam duas vezes mais rápido às rodadas séries A.
No Brasil e no mundo, o conceito de venture building ainda é novo. Além disso, existem diferentes metodologias e níveis de atuação. O caso mais comum é o trabalho ao lado do empreendedor no dia a dia do negócio, que atua desde as etapas iniciais de validação e construção de produto, provendo estrutura para o início e recursos financeiros para alguns desenvolvimentos tecnológicos de validação, até a definição da governança e liderança nos processos de captação.
Como se vê, uma venture builder não deixa a “peteca cair” junto dos empreendedores, pavimentando o temido vale da morte com processos de alavancagem validados pelo mercado. Dessa forma, o investidor tem seu risco mitigado, sabendo que há no dia a dia das startups investidas uma equipe dedicada a fazer seus negócios crescerem rapidamente e de forma estruturada.
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Mas a pergunta que não quer calar é: como saber o jeito certo de investir em startups de venture builders?
Conhecer a metodologia que a venture builder está utilizando é a primeira etapa. Avaliar os cases de sucesso, e não apenas os exits, as taxas de crescimento de cada startup no portfólio, conhecer a equipe, os indicadores e as métricas utilizadas para o acompanhamento de cada startup também são etapas fundamentais.
Quando há uma grande empresa constituidora de uma venture builder, os riscos são ainda mais mitigados, pois as startups poderão testar suas teses e fazer suas PoCs (Proof of Concept, em português, provas de conceito) junto à corporação. Assim, a chance de alcançar um exit via M&A aumenta significativamente, já que boa parte do portfólio será dedicada às dores e aos horizontes da organização e do seu ecossistema.
Nenhuma rodada de investimentos será aberta sem a devida necessidade, sem o valuation correto e a perspectiva de prazo de gasto do investimento. Vale lembrar que a equipe da VB é responsável por acompanhar os gastos realizados pela startup com o investimento e a prestação de contas junto aos investidores. Tudo é responsabilidade conjunta da Venture Builder com os sócios-fundadores.
Investir em uma startup significa apostar em um novo negócio, atuar como mentor para ajudar essa empresa a seguir o caminho certo e, claro, abrir portas de compradores e parceiros para contribuir com o seu crescimento.
Quando um investidor se associa a uma CVB/VB, ele terá participação em todas as startups do portfólio, que deve variar, em média, com dez novas investidas por ano. Ou seja, um portfólio diversificado, que diminui o risco de perda e aumenta as chances de ganho. Esse é o grande diferencial em cena que traz mais confiança a todos os envolvidos nas operações.
Ana Debiazi é CEO da Leonora Ventures, corporate venture builder com DNA inovador e com proposta de trazer soluções para os setores de educação, logística e varejo e promover a aproximação entre organizações já consolidadas e startups
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