* Por Jean Carlos Pereira
Recentemente o iFood, uma das maiores foodtechs do mundo, recebeu aval da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) para utilizar drones em seus processos de entrega. A decisão é inédita no Brasil e na América, e abre portas para o crescimento de novas oportunidades de logística ágil. Para o consumidor, uma nova experiência de consumo deve ditar entregas ainda mais rápidas. Para os entregadores, maior volume de entregas a partir do droneport ao consumidor final (visto que a ideia é que os drones façam trajetos de 3 quilômetros até “pontos de encontro”). Para o mercado de distribuição, uma porta fundamental no que diz respeito à logística 3.0.
Desde o início da pandemia os processos relacionados às entregas vêm sendo otimizados, mas a partir de agora a velocidade de adaptação para uso de novas tecnologias deve ser cada vez maior. Em pouco tempo não será apenas a sua comida que vai chegar voando (ao menos, para o entregador do last mile, em primeiro momento), mas também o seu eletrônico, sua roupa, seus livros.
É importante considerar que os testes da foodtech para uso de drones já vinham ocorrendo desde 2020 – portanto não é, para a empresa, algo totalmente novo. Mas a decisão que deve movimentar o desejo de outras grandes marcas globais pela liberação do uso dos dispositivos. E, consequentemente, maior agilidade de entregas, baseadas em tecnologia.
Neste processo, vale ressaltar, a tecnologia dos drones é apenas uma parte envolvida no processo. Para a evolução do processo de distribuição (e maior competitividade junto ao consumidor final), é necessário construir um processo logístico monitorado de ponta a ponta. Da central ao motorista do last mile, as informações devem ser integradas, atualizadas em tempo real, e as entregas organizadas de modo eficiente, otimizando rotas para diminuição de custos e tempo.
Há, no entanto, um caminho muito longo a se percorrer em muitos negócios, que ainda controlam suas entregas manualmente e sem qualquer visibilidade durante a entrega – colhem, como resultados, custos elevados, má distribuição, perda de pedidos e clientes insatisfeitos.
O uso da malha aérea através de drones é só a ponta do iceberg para novos processos logísticos eficientes – já vemos soluções comuns como o GPS, integrados a soluções de gestão e de mapas atualizados para a construção de rotas, por exemplo. Em breve, deveremos ter mais dispositivos para a distribuição, proporcionando maior sustentabilidade, aumento dos lucros, redução de custos, agilidade e segurança logística.
Cabe ao gestor desta área estar atento às mudanças para garantir que seu produto também chegue com qualidade e rapidez, proporcionando uma experiência única ao cliente – seja ela por ar ou terra.
Jean Carlos Pereira é COO da Lincros, empresa que torna o setor logístico mais estratégico através da tecnologia