Por João Silva
Não há como negar que as startups vêm transformando o mundo dos negócios, e do entretenimento. Sobretudo, nos últimos quatro ou cinco anos, por suas ideias disruptivas, inovadoras e que promovem mudanças significativas na forma como as pessoas se relacionam conquistaram os holofotes. Para se ter uma ideia, o ano de 2021 foi histórico para o venture capital no Brasil. Segundo a consultoria Distrito, as startups brasileiras receberam investimento de aproximadamente R$ 53 bilhões, feitos em 779 aportes. Isso representa um crescimento de 165% frente ao ano anterior.
Em 2023, o cenário promete novo fôlego. Frente a mais de 12 mil startups no país, segundo levantamento da Cortex, plataforma de inteligência de vendas B2B, o setor de comunicação e entretenimento vem galgando posições rumo ao infinito e além. Não à toa, as startups focadas na área de mídia são vistas como uma das poucas agentes com condições de trazer contribuições significativas ao ecossistema informativo, atraindo cada vez mais a atenção de investidores e dos meios de comunicação estabelecidos.
Atualmente, o Brasil é um dos principais centros de startups de comunicação, marketing e entretenimento no mundo. Isso se deve grande parte à audiência, que antes era centralizada nas mãos de grandes veículos, e hoje é pulverizada e nichada. Nesse contexto, a sociedade vive diante do mundo dos influenciadores, dos geradores de conteúdo, dos creators. As startups, então, começaram a entender que precisavam capturar de um jeito muito mais interessante e atual essa audiência.
Como ela se comunica? O que consome? Onde está?
Afinal, a verba de mídia precisa ser muito mais bem-investida nos tempos atuais.
Assim, com sua reinvenção suportada pelas startups, o mercado de comunicação em geral tem previsão de faturamento até 2030 de mais de US$ 38 bilhões em incremento.
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A era da aceleração digital e dos novos hábitos dos consumidores não se trata mais sobre o on-line ou o off-line, mas sim sobre o on-life, ou o conceito omnichannel, como as abordagens mais recentes estão trazendo. Vide o Big Brother Brasil. O que o público conversa fora da casa mais vigiada do país impacta o que vai para a internet e o que acontece no próprio reality show, gerando influenciadores e formadores de opinião quase instantaneamente.
O setor de entretenimento com startups brasileiras
Diante de todo esse contexto, fica ainda mais nítido e fácil mencionar os benefícios e os diferenciais das startups do setor de comunicação e entretenimento para o ecossistema envolvido. Com essas empresas inovadoras é possível, por exemplo, conquistar maior assertividade baseada em dados. As startups vêm focando em trazer a cultura data driven para o mercado de comunicação como um todo, conseguindo capturar uma massa gigantesca de dados, analisar, entender e a partir daí tomar decisões.
A segunda característica vantajosa é a diversificação de audiências. Trata-se de um segmento com audiências cada vez mais específicas, qualificadas. Ainda tem a ver com números, mas muito mais com a qualidade desses números.
Por fim, a tecnologia que essas organizações vêm desenvolvendo permite uma espécie de personalização em massa. Na prática, corresponde à entrega de conteúdo nichado para múltiplas audiências que formam uma audiência ainda maior. A partir do conhecimento dos dados, é possível alcançar desde a entrega de conteúdo até as ações de publicidade e propaganda e de merchandising e afins de maneira muito mais certeira.
Fato é que o setor em questão não vai passar por uma evolução, já está passando. A comunicação sempre foi parte muito importante na economia moderna e vai continuar sendo. Quem adentrar esse universo para dar o próximo passo de desenvolvimento e transformações vai certamente sair na frente. Afinal, no fim do dia, nós somos seres que se comunicam, que necessitam de conexões e consomem conteúdos e entretenimentos mil.
* João Silva é CEO da Aduela Ventures, primeira corporate venture builder no segmento de comunicação e entretenimento no Brasil
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