Com a proposta de modernizar a contratação de seguros de automóveis, tornando o processo mais rápido, simples e acessível, acaba de ser lançada a Justos, uma startup focada no segmento. A insurtech será a primeira seguradora que vai utilizar dados para recompensar quem dirige de forma consciente e assim, oferecer preços mais justos.
A nova empresa foi fundada pelo indiano Dhaval Chadha, pelo mexicano Jorge Soto Moreno e pelo espanhol Antonio Molins, sócios que se conheceram no Vale do Silício e tiveram cargos de liderança na Classpass, Netflix e Airbnb. Com uma experiência somada de mais de 25 anos, eles já levantaram mais de US$ 50 milhões em suas empreitadas. “Por coincidência, nós três tínhamos planos de empreender na América Latina.”, conta Dhaval Chadha, um dos fundadores. “Passamos oito meses estudando possíveis caminhos, conversando com pessoas e investidores nos Estados Unidos, Brasil e México, até que chegamos à ideia de criar uma seguradora que consiga modernizar o setor”, explica o executivo.
Os sócios levantaram uma rodada inicial (seed) de R$ 15 milhões liderada pelo fundo de investimentos Kaszek com participação da Big Bets. Além dos fundos, os CEOs de 7 unicórnios também participaram na rodada, como David Vélez, do Nubank, Sergio Furio, da Creditas, Patrick Sigrist, fundador e ex-CEO da Ifood, Carlos Garcia, da Kavak, Assaf Wand, da Hippo Insurance, e Fritz Lanman, da Classpass. “Nós temos a missão de oferecer um produto que democratize o acesso a esse serviço e que possa melhorar a vida dos clientes”, ressalta Chadha.
Depois de pesquisas e conversas, os executivos decidiram que o mercado de seguros auto seria o ideal para dar o pontapé inicial, já que, no Brasil, mais de 70% dos carros não estão segurados. Outro dado que chamou a atenção dos empresários é que, atualmente, clientes que contratam seguros tradicionais levam de 24 a 72 horas para receber cobertura inicial e duas semanas para receber a apólice final.
De acordo com a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), os seguros também demoram, em média, 48 dias para resolver sinistros com batidas e 21 dias para perda total. Além disso, as seguradoras não conseguem precificar de forma justa certos tipos de segmentos, como motoristas conscientes, jovens e pessoas que possuem carros mais antigos.
A Justos chega com o diferencial de utilizar a forma como os motoristas dirigem como informação extra para definir o preço do seguro. Fazendo medições com os celulares dos usuários, será possível definir modelos de risco e precificação mais assertivos com base na qualidade da direção do motorista. Com isso, a Justos vai conseguir oferecer planos até 30% mais baratos e ainda conceder descontos adicionais a cada mês, com base na direção do mês anterior de cada cliente.
A empresa também vai utilizar inteligência artificial e visão computadorizada para analisar e processar solicitações de forma mais rápida e simples, diminuindo assim o tempo de solução dos sinistros. “É dessa maneira que queremos trazer os preços justos para os nossos seguros. A tecnologia vai nos auxiliar a trazer essa “justiça” para o mercado”, reforça Chadha.
A insurtech também é uma empresa que vai abraçar causas, realizando parcerias com ONGs. O lucro da Justos será limitado para que o valor que não for utilizado para pagamento de sinistros seja doado para organizações, o que demonstra que a startup não se beneficia em dificultar o pagamento dos sinistros. A tendência é que, quanto mais a Justos crescer, mais as organizações recebam. No futuro, os clientes poderão escolher no site da empresa quais ONGs serão beneficiadas.
A Justos vai distribuir seu produto diretamente para o consumidor final. O cliente poderá contratar o seguro por aplicativo, site ou whatsapp, de uma maneira fácil, rápida e segura. No momento, só é possível entrar para uma lista de espera, mas a venda das apólices começa ainda este ano.
Foto de destaque: Antonio Molins, Jorge Soto Moreno e Dhaval Chadha fundadores da Justos.
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