A Zissou, marca brasileira de produtos para sono, acaba de fechar uma rodada de investimentos estratégica de R$ 10 milhões. Pioneira em trazer ao Brasil os colchões embalados à vácuo e entregues aos clientes em uma caixa, a empresa irá direcionar o capital para expandir o portfólio de produtos e a presença no varejo físico, com a inauguração de 10 novos pontos de venda pelo Brasil — hoje, possui duas lojas, em São Paulo, e tem 70% de suas vendas feitas por canais digitais.
Os recursos da captação serão usados também para transferir ao Brasil a produção dos colchões, antes fabricados nos EUA. Para isso, foi feita aliança estratégica com a Leggett & Platt (NYSE:LEG), um dos maiores fornecedores de componentes de colchões do mundo, que antes só produzia molas no país e montou uma planta em Minas Gerais para produzir com exclusividade os colchões da marca.
O grupo Fast Shop, investidor minoritário da empresa, liderou o aporte, reforçando a parceria iniciada em 2019 — que ajudou a Zissou a ter presença de marca em mais de 100 lojas da rede. “Os investidores da Zissou já tinham uma relação de admiração com a marca e foram escolhidos para agregar conhecimento e experiência à gestão da empresa, com nomes de setores diversos, como publicidade, tecnologia, logística e varejo”, afirma Ilan Vasserman, cofundador da Zissou.
A captação trouxe para o rol de investidores empreendedores que já faziam parte da comunidade de brand lovers da marca – e já dormiam em um Zissou. Entre eles, a empresária Alice Coutinho, fundadora da NewStyle, adquirida pelo Grupo ABC, Fabien Mendez, cofundador e CEO da Loggi, César Pinela, empreendedor, investidor e board member de empresas de tecnologia, e Marcelo e Bruno Sanovicz, investidores em empresas de serviços, Maurício Benvenutti, sócio da StartSe, Gregory Goldfinger, cofundador da GoldKo, bem como os fundadores da Atmos Capital. Também fizeram aportes grupos liderados por gestores de private equity e grandes empresários, além da Aimorés Investimentos.
Ano de transformação
Em 2021, a Zissou apostou no desenvolvimento de produtos super premium, fugindo da competição por preço com a concorrência. Em abril, foi lançado o modelo Blue, considerado a Ferrari dos colchões, que conta com sistema de conforto especial com látex de tecnologia belga que absorve as ondas de movimento, suporte extra com molas ensacadas individualmente e revestimento com tecnologia americana Deep Freeze Plus, em tecido de alta condutividade térmica que cria um microclima refrescante na superfície do colchão.
“O sucesso foi tanto que o estoque do novo modelo, que chega a custar R$ 15 mil, se esgotou por alguns períodos durante o ano”, conta Vasserman. “O investimento no mercado premium foi responsável por um crescimento de 60% do negócio em relação ao ano anterior, mesmo com os colchões sendo importados dos EUA. Outro sinal de reconhecimento foi nossos colchões terem sido escolhidos pela rede de hotéis de luxo Fasano”, completa. O portfólio de produtos conta também com travesseiros modulares, roupas de cama em polpa de bambu e cama para pets.
Próximos passos
A expectativa para 2022 é de dobrar o faturamento, aumentando a participação no mercado com a conquista de consumidores da geração Z, que representa 23 milhões de pessoas economicamente ativas no país, segundo a consultoria McKinsey.
Para isso, serão lançadas linhas de produtos mais acessíveis. “Percebemos que nossos produtos são objetos de desejo de jovens que estão em momentos de transição e montando suas primeiras casas. Estudamos o mercado, entendemos a demanda e desenvolvemos produtos pensados especialmente para eles, com a mesma atenção a qualidade, design e tecnologia, e que cabem no bolso de quem sempre quis ter um Zissou”, revela Vasserman. “Graças à parceria com a Leggett & Platt e à transferência da produção para o Brasil, foi possível desenvolver um novo colchão à altura da nossa linha e com menor preço”, completa.
* Foto de destaque: A partir da esquerda, Amit Eisler, Andreas Burmeister e Ilan Vasserman, sócios-fundadores da Zissou.
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