A startup brasileira Laura está entre as vinte selecionadas da América Latina e Caribe para receber um aporte financeiro do BID Lab, o laboratório de inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A solução tecnológica desenvolvida para auxiliar na identificação e acompanhamento de casos de covid-19 receberá um investimento de US$128 mil para implementar a inteligência artificial em até cinco municípios brasileiros e 10 unidades de Pronto Atendimento, tanto na rede pública quanto privada.
O Pronto Atendimento Digital (P.A. Digital) foi lançado em abril de 2020 e já funcionou em 25 instituições de saúde, incluindo parcerias com as prefeituras e operadoras de saúde. Graças à inovação, mais de 160 mil pessoas já receberam atendimento de saúde digital. Além do projeto enviado pelo Instituto Laura Fressatto, braço filantrópico da startup, outras vinte propostas de diferentes países latino-americanos foram selecionadas entre 500 inscritas.
Criado para identificar e acompanhar remotamente casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus, o P.A. Digital é uma inteligência artificial que atende os cidadãos por meio de uma interface de conversa digital. Ao interagir no site das prefeituras, os pacientes tiram dúvidas sobre sintomas e são acompanhados por 15 dias.
Os casos mais graves são encaminhados para atendimento presencial. Aqueles que apresentam sintomas mais leves ou que não correspondem a riscos de infecção por covid-19 são orientados a permanecer em casa, evitando aglomerações desnecessárias nas unidades de saúde. Para os pacientes com risco moderado, há possibilidade de teleorientação pela enfermagem e, se necessário, teleconsulta médica embarcada na solução.
Com o investimento do BID Lab, a tecnologia será ampliada tanto em termos territoriais quanto em aplicações na saúde. Além de dispor do chatbot para acompanhamento da pandemia, as cidades de Curitiba(PR), São Bernardo do Campo (SP) e Catanduva(SP) passam a oferecer aos pacientes o P.A. Generalista, tecnologia capaz de fazer a triagem e acompanhamento de outras doenças.
“É uma extensão em outras linhas de cuidado, principalmente pensando em demandas simples do dia a dia e que podem ser atendidas de forma digital, como dor de cabeça e dor de barriga”, explica Dr. Hugo Morales, Diretor Médico da companhia. “É uma digitalização da atenção primária com objetivo de minimizar a sobrecarga dos serviços de saúde”. Até então, a tecnologia funcionava com exclusividade na região de Criciúma e no Litoral de Santa Catarina, por meio de uma parceria com a Unimed.
Para o representante do Grupo BID no Brasil, Morgan Doyle, o setor público e o ecossistema de inovação brasileiro têm muito a ganhar ao trabalharem juntos. “O ecossistema brasileiro é o mais robusto da região, com inovações tecnológicas de vanguarda e pode oferecer soluções rápidas e de alto desempenho. Ao trabalhar diretamente com as startups, o setor público está ajudando a fortalecer o ecossistema, ao mesmo tempo em que se moderniza e oferece serviços mais custo-efetivos aos cidadãos”, disse.
O impacto da tecnologia nestes municípios e instituições de saúde será mensurado em uma pesquisa científica conduzida pelo setor de research da startup e coordenada pelo Diretor Médico da Laura, Dr. Hugo Morales em parceria com o Dr. Adriano Massuda, professor da FGV e pesquisador-visitante no Departamento de Saúde Global e Populações da Harvard T.H. Chan School of Public Health.
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