A Aptah Bio, biotech que realiza pesquisas de novas terapias de RNA voltadas para o tratamento de doenças relacionadas ao envelhecimento, especialmente câncer e doenças neurodegenerativas, está captando US$ 8 milhões. De acordo com a startup, a nova terapia desenvolvida pela empresa tem potencial de impactar significativamente a vida de milhões de pessoas.
Com o objetivo de finalizar os estudos em animais e iniciar as pesquisas em humanos, a startup iniciou uma nova rodada de captação de US$ 8 milhões. “Os estudos de farmacocinética e toxicologia irão determinar a ação da molécula no organismo das pessoas. Nesta primeira etapa, chamada de Fase Zero, o foco será em pacientes terminais diagnosticados com Glioblastoma Multiforme”, explica o cofundador e cientista chefe da empresa, Caio Bruno Leal.
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A Vesper Ventures, uma builder venture da qual a Aptah Bio faz parte, já se comprometeu com cerca de 10% da rodada e negocia com investidores americanos, europeus e brasileiros do setor de saúde para completar o restante do valor. A nova captação deve ser finalizada até o final de 2023, e os ensaios em humanos então planejados para iniciar na segunda metade de 2024.
Tecnologia para tratamento contra câncer e Alzheimer
Com sedes no Brasil e na Califórnia, a Aptah Bio realiza pesquisas com foco no processo de transformação do RNA. Mesmo sem alterações no DNA, a síntese proteica pode ser afetada por fatores epigenéticos, como a idade e o estresse, que podem provocar erros no processamento do RNA, produzindo proteínas tóxicas que se acumulam nas células, o que está relacionado a várias doenças neurodegenerativas e cânceres, como Alzheimer e o Glioblastoma Multiforme (câncer cerebral).
Para corrigir isso, a Aptah Bio desenvolveu uma molécula capaz de reprogramar as células para controlar a produção de diversas proteínas, possibilitando o tratamento de várias desordens com um único medicamento. “Nossos estudos em células (in vitro) e em animais (in vivo) mostram que a nossa molécula é capaz de corrigir de forma inédita os erros de processamento do RNA e alterar significantemente vários marcadores dessas enfermidades ao mesmo tempo,” afirma Rafael Bottos, cofundador e CEO da Aptah Bio.
Fundada em 2018, a empresa teve seu primeiro seed round em 2021 e recebeu um aporte de US$ 3,8 milhões. A Vesper Ventures liderou a rodada, tornando-se sócia da empresa. “Todo o portfólio da Vesper tem como princípio biotecnologias disruptivas em nível global. Acreditamos que a Aptah Bio tem o potencial de impactar drasticamente a vida de quem sofre com comorbidades debilitantes, as quais reduzem muito a qualidade de vida e levam ao óbito. Queremos ser pioneiros nessa área e os nossos avanços mostram que estamos no caminho certo.”, explica Pedro Moura, sócio da Vesper Ventures.
Terapias em RNA
As terapias de RNA são consideradas o futuro para tratamentos de doenças até o momento sem solução. Por isso se tornaram um mercado em ampla ascensão, avaliado em US$ 6,16 bilhões em 2022 e que deve alcançar quase US$ 30 bilhões até 2031, segundo a consultoria InsightAce Analytic. “Estamos vendo apenas a ponta do iceberg. O valor médio de uma molécula para um target oncológico é avaliada em torno de US$ 1,8 bilhão, enquanto para a doença de Alzheimer teria um valor de US$ 43 bilhões. Imagine que somente a doença de Alzheimer é mais prevalente nas pessoas que todos os tipos de câncer somados. Pergunto: quanto valeria uma molécula capaz de endereçar várias dessas doenças ao mesmo tempo? Esse é o tamanho do potencial da Aptah Bio”, comenta Rafael Bottos.
Rafael e seu irmão gêmeo Gabriel Bottos estão entre os cinco fundadores da Vesper Ventures. Os irmãos envolveram-se no setor após um drama familiar: um neuroblastoma metastático que acometeu a sobrinha, de 4 anos. Diante disso, eles resolveram destinar todos os seus esforços em pesquisa, desenvolvimento e cocriação de negócios em biotecnologia que, de fato, resolvessem problemas relevantes para a sociedade. Gabriel ocupa o cargo de CEO da Vesper, e Rafael focou na startup, a Aptah Bio, que tem em seu pipeline o câncer de Neuroblastoma, o mesmo da sua sobrinha.
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