A Pink Farms, uma das primeiras fazendas verticais urbanas do Brasil, concluiu sua terceira rodada de captação de investimentos no valor de R$ 4,8 milhões liderada pela plataforma de crowdfunding SMU Investimentos. A ação contou com mais de 400 investidores. “Já temos como parceiros de rodadas seed os fundos Capital Lab, SP Ventures e Grão”, destacou Mateus Delalibera, fundador e CTO da Pink Farms.
Com o aporte, a empresa pretende desenvolver novos produtos, inicialmente ainda na linha de folhosas que já estão em estágio mais avançado, mas posteriormente também de plantas que geram frutos, como morango e tomate. “Para isto e para prepararmos o projeto de expansão para outros locais, aumentaremos a equipe de P&D e de engenharia. Também aumentaremos a capacidade produtiva da fazenda atual e investiremos mais em marketing, focando principalmente no desenvolvimento da marca”.
Mateus afirmou ainda o porquê da escolha pelo modelo de crowdfunding. “Principalmente por dois motivos. O primeiro é a velocidade da captação, que no geral é mais rápida do que fazendo conversas pontuais com fundos de venture capital e investidores anjo, apesar de o modelo de crowdfunding também possibilitar a entrada deles na captação. O segundo é que vimos outros cases de sucesso neste modelo de captação quando se tratando de startups ligadas a marcas de consumo, como é o nosso caso”.
Ainda de acordo com ele, parte do trabalho feito pela Pink Farms é o de conscientizar o maior número possível de pessoas sobre os serviços oferecidos pela empresa, bem como as vantagens e qualidades dos produtos e métodos aplicados, uma vez que o conceito é bastante novo e desconhecido por boa parte da população. “Os investidores passam então a trabalhar como embaixadores da marca através de suas redes de contato pessoais”, afirmou Mateus.
História da Pink Farms
Fundada em 2016 pelos engenheiros Geraldo Maia, Mateus e Rafael Delalibera, a Pink Farms trabalha com o cultivo de hortaliças utilizando o conceito de agricultura em ambiente controlado. As plantas são mantidas em galpões equipados com diversos sistemas, como por exemplo, iluminação 100% artificial através de LEDs, o que permite a elas as condições ideais de crescimento.
“Para a realização dos cultivos, boa parte das tecnologias utilizadas foram desenvolvidas internamente. Começamos em 2016, inicialmente com um protótipo em escala residencial e fomos evoluindo, primeiro para um salão comercial e posteriormente para a fazenda onde estamos atualmente. Nos dois primeiros locais, fazíamos apenas P&D e começamos a operar comercialmente na fazenda atual em 2019”, lembrou Mateus.
Atualmente, a agtech está presente em quase 75 pontos de venda na cidade de São Paulo, entre supermercados, hortifrutis e restaurantes, trabalhando para crescer ainda mais. “Durante os próximos 2 anos, pretendemos aumentar nossa produção em 2 a 3 vezes, através de aumento de produtividade do sistema e aumento de capacidade produtiva. Após esse período, temos planos de construir novas fazendas. Atendemos também clientes diretamente, sendo um canal ainda pequeno, mas que pretendemos aumentar no futuro. Precisamos garantir que o modelo está funcionando tanto tecnicamente quanto operacionalmente bem, para podermos depois simplesmente replicá-lo em outras cidades”.
O CTO lembrou que a empresa também sentiu os reflexos negativos causados pela covid-19, mas está confiante quanto a retomada dos negócios após o período. “A pandemia nos prejudicou principalmente no canal dos restaurantes, já que alguns clientes fecharam, por um certo período ou definitivamente, outros diminuíram seus pedidos e alguns com quem estávamos conversando estão segurando a entrada de novos fornecedores. Esperamos que com o fim da pandemia possamos voltar a crescer nesse segmento”.
O que diz a SMU Investimentos
Rodrigo Carneiro, CEO da SMU, destacou que o aporte realizado na Pink Farms foi um feito inédito para a plataforma de crowdfunding. “A SMU já investiu em outras empresas do setor de foodtech e agtech como 100foods, Original Juice e Apptite, mas a Pink Farms é a única e líder no setor. Então foi realmente o nosso primeiro investimento numa fazenda vertical urbana”, contou.
Ele reforçou ainda que outros investimentos neste sentido podem vir a ocorrer. “Nós fazemos um trabalho de acompanhamento e ajuda (smartmoney) para as startups investidas e com certeza novos aportes são possíveis em novas rodadas, incluindo co-investimentos em séries A”.
Por fim, Carneiro destacou o retorno positivo que a Pink Farms terá com o aporte. Segundo ele, fazendas verticais urbanas são uma revolução para a alimentação saudável em grandes metrópoles. “A Pink Farms será impulsionada com o grande investimento recebido bem como com os novos investidores que serão também consumidores e divulgadores/embaixadores do negócio”, finalizou.
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