A Galena, startup brasileira que potencializa a entrada de jovens no mercado de trabalho, acaba de captar US$ 16,7 milhões em rodada Série A. Quem lidera o investimento é a Altos Ventures, fundo de venture capital do Vale do Silício, que realiza seu primeiro investimento no Brasil. O fundo já fez aportes em mais de 100 iniciativas, com destaque para a americana Roblox e as sul-coreanas Krafton e Coupang.
Participam também da rodada da Galena o braço de ventures da Exor N.V., (maior acionista da Ferrari, PartnerRe, Stellantis, Juventus e The Economist); a Owl Ventures, principal gestora global de investimentos em edtechs; o Reaction, fundo de impacto de alumnis de Stanford, e a Globo Ventures, veículo de investimento do grupo Globo, além de investidores individuais, como David Velez, Kevin Efrusy, Dan Rosensweig, Armínio Fraga, Romero Rodrigues e André Street.
Esta é a segunda captação da Galena, que, em março de 2021, havia levantado US$ 7,3 milhões numa rodada semente. O investimento recebido será destinado para o crescimento do negócio, com foco na contratação de novos talentos, principalmente na área da tecnologia para desenvolvimento de produtos.
“Fomos atraídos desde o início pela missão da Galena de ajudar os jovens brasileiros a ter acesso a melhores oportunidades de educação e emprego”, diz Anthony Lee, da Altos Ventures. “Não poderíamos pensar em uma equipe de fundadores melhor com quem fazer parceria em nosso primeiro investimento no mercado brasileiro”.
A Galena tem intenção de incluir 50 mil jovens no mercado de trabalho nos próximos cinco anos. Eduardo Mufarej, cofundador da Galena, sintetiza: “Viemos para revolucionar a forma como os jovens do sistema público de ensino se preparam e ingressam no mercado de trabalho. Temos um modelo diferente e mais assertivo, que une talentos e oportunidades”.
A iniciativa nasceu no final de 2020, ano em que os índices de desemprego entre jovens brasileiros bateram recorde. Somente 25% dos brasileiros navegam com sucesso na educação básica para o emprego formal. A missão da Galena é oferecer uma alternativa para os outros 75% dos jovens que, mesmo com talento e querendo trabalhar, não encontram meios de entrar no mercado de trabalho.
A proposta da startup é que o aluno saia empregado depois de quatro meses de programa. A Galena entende a vocação do aluno, trabalha em sua capacitação, conecta-o com as empresas parceiras e o acompanha por seis meses, dando todo o suporte necessário.
Esse modelo inovador já atraiu algumas das maiores empresas do Brasil. Entre os parceiros B2B da Galena estão grandes empresas e unicórnios como iFood, QuintoAndar, Cora, Unilever, Stone, Nubank, Alelo, XP, Arco, Dell, PetLove, entre outros.
São 1,7 milhão de jovens se formando todo ano no Ensino Médio no Brasil. Todos querem e precisam trabalhar, mas a maioria acaba em empregos com pouco potencial, que não exploram seus talentos como poderiam. A falta de oportunidade gera um custo imenso para o País.”, analisa Guilherme Luz, cofundador e CEO da Galena.
Desde que foi fundada, a startup recebeu mais de 21 mil inscrições para seus processos seletivos. A segunda turma de jovens – chamados de Galeners – formam-se no final de março e a próxima turma começará em abril de 2022. A empresa regista o NPS (Net Promoter Score) – que avalia a satisfação do cliente – em 96 pontos.
Todos os Galeners formandos na primeira turma vieram da rede pública e foram empregados em regime CLT, com uma média salarial de R$2.300 mais benefícios e plano de carreira. 71% dos participantes eram pretos e pardos e 67%, mulheres.
“A Galena aposta em um sistema robusto de captura e análise de dados para avaliar, desenvolver e recomendar os melhores candidatos para as empresas. O diferencial é a capacidade de entender as habilidades necessárias para o sucesso no emprego, avaliar o aluno e desenvolver nele as habilidades que faltam”, conclui Luz.
O Programa
O jovem selecionado não tem nenhum custo durante o programa da Galena (ele paga o custo do programa apenas se for contratado e com salário igual ou superior a R$ 2 mil). A oportunidade é dada para aqueles que aceitarem o desafio de chegar ao final com bom rendimento, participação, engajamento, presença, avaliação, entregas efetivas e conduta.
O programa simula o dia-a-dia de uma empresa, para que o jovem se aculture numa dinâmica de trabalho (8 horas diárias durante quatro meses). São 680 horas totais, equivalentes a uma formação técnica de dois anos. E todas as atividades são remotas, permitindo que qualquer jovem, em qualquer canto do País, possa participar.
Ao final do programa, a Galena conecta os Galeners às oportunidades disponíveis nas empresas parceiras e os acompanha por mais seis meses depois de empregados, com o compromisso de dar suporte no decorrer da jornada do novo jovem profissional.
* Foto em destaque: Guilherme Luz e Eduardo Mufarej, fundadores da Galena.