*Alexandre Maioral
Filmes que mostram um futuro caótico, onde máquinas se rebelam contra humanos, não faltam no mercado cinematográfico. Lembro do impacto que “Matrix” me causou com o personagem Neo descobrindo que sua vida era um sonho controlado por computadores e a questão filosófica por trás; ou quando a inteligência de uma máquina (HAL 9000) começa a eliminar todos os tripulantes da nave Discovery no clássico de Stanley Kubrick “2001: Uma Odisseia no Espaço”.
Ainda que sejam exemplos icônicos abordando os riscos do descontrole da relação homem-máquina, esse é um debate extremamente atual, impulsionado pelo rápido avanço da Inteligência Artificial (IA) em todos os setores da indústria. Ferramentas de IA Generativa, como por exemplo o ChatGPT e o DALL-E, habilitam pela primeira vez, na história da humanidade, que robôs tomem decisões criativas no lugar de indivíduos.
Mensurar as implicações das transformações digitais em um cenário global frágil e não linear é desafiador, sobretudo porque não há consenso dentre as projeções de futuro. No entanto, o fato é que a IA faz parte das nossas vidas e os aspectos que considero fundamentais neste contexto são “COMO” e “PARA ONDE” vamos direcioná-la. Estamos todos buscando essas respostas ainda, mas uma visão de que os caminhos que vamos trilhar dependem do quanto estamos dispostos a explorar esta ainda temida inovação. Separei cinco reflexões que considero relevantes:
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Cinco reflexões para quem (ainda) tem medo da IA:
1. Mudar o mindset e desmistificar a Inteligência Artificial
Vencer o medo é o primeiro passo para criar oportunidades de potencializar nossas capacidades humanas com as transformações digitais. A IA é relevante para a sociedade e para começar a compreendê-la precisamos entender que ela vem para expandir as nossas capacidades. A junção entre a inteligência humana e a inteligência artificial tem potencial de produzir resultados incríveis. Não é uma questão de um OU outro. Mas sim, um E outro.
2. Inteligência Emocional é exclusiva aos seres humanos
Na aliança entre nós e a IA, a capacidade de sentir, de desenvolver a sensibilidade de escutar e compreender as pessoas, de gerar empatia é, e sempre será nossa, dos seres humanos. De forma complementar, convém recorrer à inteligência emocional para interagir com interfaces e clientes, sobretudo para resolver desafios e regulamentar os desafios éticos dessa jornada.
3. Cuidado com a Intimidade Artificial
A IA não é o futuro. Ela já é o agora, quando boa parte de atividades operacionais são executadas por alguma IA e sequer nos damos conta. E cada vez mais ela estará presente em nossas vidas. O cuidado que devemos ter, na verdade, é com outro tipo de IA: a Intimidade Artificial. Aquela falsa conexão construída com as outras pessoas em meio à excessiva exposição às tecnologias digitais. Esta, sim, devemos temer. Atenção às conexões, mais do que um cuidado, é um ato de generosidade.
4. Coragem para expandir
Em breve, haverá dois tipos de empresa: as que utilizam IA e as que não conseguiram se atualizar. Por isso, a coragem é fundamental para que líderes e pessoas possam caminhar rumo à expansão e desenvolvimento dos seus negócios e carreiras. O último estudo da KPMG sobre (Digital Transformation Index) aponta que organizações em fase avançada de sua transformação digital alcançam eficiência 23% maior quando comparadas às que estão no início, assim como 14% a mais de produtividade e redução de custos. Entretanto, para serem bem-sucedidas no longo prazo, as organizações precisam priorizar dimensões humanas como diversidade e inclusão.
5. Disciplina para empoderar
Para estar sempre conectado com novos conhecimentos e em constante aprendizado sobre as novas tecnologias, a disciplina é fundamental. Estar atualizado faz a diferença em um mundo em constante mudança. Seguindo nosso propósito de “transformar o mundo empoderando as pessoas por meio da tecnologia e inovação”, aqui na Oracle a construção do bem-estar social se dá – em primeiro lugar – a partir do desenvolvimento das pessoas, como premissa para a criação das soluções e dos sistemas de aprendizado de máquina que oferecemos ao mercado. A tecnologia é utilizada é o “meio” que gera a transformação, não o “fim” dela, garantindo que fique sob o controle, responsabilidade e governança das pessoas.
Tão importante quanto capacitar e treinar as pessoas para que usem as novas ferramentas e se mantenham produtivas, está o aprimoramento de habilidades que só os humanos possuem como autoconfiança, empatia, resiliência, adaptabilidade, automotivação, bem-estar entre tantas outras. Afinal, a capacidade humana de criar propósito e conexão é extremamente valiosa para os negócios.
Essa é a minha aposta para a o momento atual da inteligência artificial —, que possamos compreender seus potenciais e limites para, assim, levarmos o desenvolvimento das nossas capacidades para o próximo passo.
Alexandre Maioral é CEO da Oracle no Brasil. Com mais de 25 anos de experiência no mercado de tecnologia e inovação, Alexandre construiu sua carreira focada em desenvolver equipes de alta performance e estabelecer relações pautadas pela confiança entre colaboradores, parceiros e clientes.
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