Um conjunto de pessoas se reúne na Elephant Coworking, em 2012, para participar de um evento voltado para ideação em 72 horas e decidem que seria sensacional se existisse uma comunidade de startups, termo que alguns participantes já tinham ouvido em solo estrangeiro, mas pouco em terras brasileiras. E assim começou a ideia do Rapadura Valley.
O conceito de comunidade encontra-se bastante direcionado a um conjunto de pessoas que utilizam das suas habilidades em ações para o fortalecimento de um movimento visando expandir suas fronteiras e gerar engajamento de forma direcionada ao bem comum.
Nesse sentido, a comunidade Rapadura Valley tem como objetivo fortalecer as relações do ecossistema de inovação cearense oportunizando visibilidade e conexão.
A primeira comunidade de startups a ganhar espaço no estado facilitou o desenvolvimento de outras que foram surgindo, como o Kariri Valley, da região do Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, fortalecendo o empreendedorismo inovador em todo o estado do Ceará.
Vamos fazer uma viagem na linha do tempo da Rapadura?
Após o momento inicial em 2012, em um Startup Weekend, ao perceber que foi um sucesso, em 2014 houve a votação para o nome, logo e identidade visual. O fato curioso da comunidade ter esse nome é devido os cearenses adorarem comer uma rapadura após o almoço, um suco de rapadura, além da sua ligação com a história do Ceará, o doce produzido desde o século XVI remete a força, garra e luta dos cearenses. Inclusive, a cidade de Pindoretama, a 45 km de Fortaleza, entrou para o Guinness Book com o registro de produtora da maior rapadura do mundo.
Ao longo de 2017, aconteceram diversos eventos focados em fomentar startups e tecnologia. Um excelente exemplo é o lançamento da Feira do Conhecimento, um evento organizado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (SECITECE) e que reuniu as instituições de ensino, empresas, governo e comunidade, com o objetivo de proporcionar a sociedade o conhecimento gerado no estado e o fortalecimento de inovação e empreendedorismo. Outro excelente exemplo, foi o 1º Hackathon da casa da cultura digital com o tema “Soluções inovadoras para bares e restaurantes”.
Em 2018, aconteceu o IPO da Arco Educação, uma companhia cearense que oferece serviços de ensino e apresentou como objetivo a ampliação dos negócios do grupo aumentando e investindo em tecnologia e produtos oferecidos. Além desse marco histórico, aconteceu o lançamento do StartupCE, um programa realizado pelo SEBRAE que busca contribuir com negócios inovadores ou startups para participar desse processo. O lançamento do CriarCE e expansão dos corredores digitais também aconteceram no mesmo ano.
Após inúmeras conquistas, lançamentos e expansão de programas de empreendedorismo e inovação em conjunto com academia, governo e empresas, foi o ano das colheitas. Em 2019, o Rapadura Valley foi eleita “Comunidade Revelação” e Agenda Edu, uma startup líder no segmento de comunicação escolar, foi eleita a “Startup do Ano” no Startup Awards, principal premiação do ecossistema nacional, realizado pela ABStartups.
Em 2020, foi criado o site do rapadura valley, um grupo de moderadores do whatsapp foi eleito e o guia de boas práticas foi criado.
No Startups Awards de 2020, a comunidade foi eleita como “Comunidade do Ano”.
No ano de 2021, a startup Hermoney ganhou “Startup Revelação” e Camila Forte, uma das lideranças da comunidade, ganhou o prêmio Heroína do Ano.
Já dizia o ditado que “rapadura é doce, mas não é mole”. Essa trajetória doce foi marcada por muitos desafios que não foram moles de superar para o sucesso de uma comunidade que conta com união, engajamento, muitas pessoas comprometidas, empresas e inovação.
Nos próximos artigos iremos contar um pouco mais sobre a comunidade levando em conta mapeamentos, eventos, iniciativas e muito mais!