Para compreender a importância do futuro da Telecomunicação do Brasil, é necessário entender que, basicamente, ela deverá determinar a capacidade do Brasil de participar ativamente de uma série de novas tecnologias e modelos de negócios que dependem disso.
Ocupando uma posição relativamente atrasada ao que se refere tecnologia e situação financeira, nosso país precisa preparar o território para que possa garantir relevância no setor. A própria novela do 5G, com leilão programado para o primeiro semestre de 2021, de acordo com a Anatel, mostra a falta de atenção ao setor, por parte da legislação e até mesmo de muitos representantes do mesmo.
Assim como foi o 4G, acelerado por conta das exigências da FIFA para a Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014, nos deparamos com uma grande aceleração de um processo que já deveria estar na lista de prioridades do país. A telecomunicação tem um impacto surpreendente e logo você entenderá mais sobre ela.
Pandemia expôs falhas, mas também gerou oportunidades
O relatório Digital Life Abroad da InterNations de 2019 colocou o Brasil na 50ª posição do ranking “Melhores e os piores países da vida digital”. A pesquisa identificou os melhores e piores países de acordo com a avaliação de satisfação dos participantes, demonstrando como o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer.
Devido a isso, em 2020 o setor de telecomunicações brasileiro já não vivia uma situação financeira muito tranquila. Algumas das principais empresas do setor passavam por dificuldades financeiras importantes e durante os primeiros meses de isolamento social, tiveram que lidar com a alta demanda de banda, passando por semanas de instabilidade.
O próprio impacto no negócio de telecomunicações do Brasil durante a pandemia expôs ainda mais as falhas de nossa infraestrutura. Por outro lado, também teve impacto positivo no lado financeiro de várias empresas e mostrou como existe sim, uma grande demanda por novas tecnologias, novas velocidades de acesso e uma necessidade nacional de avanço do mercado de telecom.
Quais os próximos passos para a Telecomunicação do Brasil?
Apesar das boas notícias em meio ao caos de 2020, essas grandes empresas se deparam com incontáveis barreiras que dificultam o investimento no desenvolvimento de projetos, principalmente pela grande dificuldade em trazer ferramentas indispensáveis para a melhoria do setor e da própria competitividade entre ele.
Quando trazemos para a realidade mais próxima do Brasil, com relação ao 5G, isso significa para a Indústria 4.0, IoT, Carros Autônomos e Telemedicina, é absolutamente fundamentalmente que desenvolvamos a nossa infraestrutura de telecomunicações.
De acordo com Ricardo Amorim, um dos economistas mais influentes e um dos fundadores do AAA Inovação, existem 3 pontos principais que devem ser abordadas para o desenvolvimento da Telecomunicação do Brasil:
- Primeiro ponto: precisamos desenvolver uma regulamentação clara para que empresas tenham previsibilidade, para que possam fazer seus investimentos sem preocupações em excesso. Por consequência, a infraestrutura do país avança como o país necessita, ao lado de grandes nomes do mercado.
- Segundo ponto: precisamos reduzir o custo desses investimentos. Um dos problemas que o Brasil possui são as tarifas elevadas de importação de equipamentos fundamentais para esse avanço da telecomunicação brasileira. O que pudermos baratear nesses investimentos, com redução de impostos cobrados ao setor, tanto com relação à produção, quanto com importação, ajudará demais no desenvolvimento.
- Terceiro ponto: preparação das pessoas. Não adianta ter estrutura física, se as pessoas não estiverem capacitadas para lidar com essas novas tecnologias. Nova educação sequer capacita pessoas em geral. Nossa educação anda muito mais focada em questões dogmáticas, do que em questões práticas voltadas ao mercado de trabalho e a vida que nós teremos.
Ricardo acredita que “por consequência desses ajustes, infraestrutura, setor e tecnologias deverão passar por um processo acelerado de desenvolvimento, resultando então, no desenvolvimento do país”.