Você já se perguntou como são feitos os sites e aplicativos? A resposta é simples, mas o tema é complexo: com linguagens de programação. Elas são as ferramentas utilizadas pelos desenvolvedores para construir tudo o que você acessa digitalmente: aplicativo de delivery, rede social, mapas, sites com receita de bolo de fubá, aplicativo Android, Windows, iOS etc. Como os idiomas que falamos e escrevemos, as linguagens de programação são uma forma de comunicação, com inúmeras combinações, que podem criar uma infinidade de aplicações. Como eu estou criando este texto com palavras da língua portuguesa, alguém criou o sistema operacional, processador de texto e o site que você está vendo agora.
Como nos idiomas, também existe uma grande variedade de linguagens de programação. De acordo com Patrice Ramos, gerente executivo de engenharia de produtos na Locaweb, “hoje em dia, as mais comuns são JavaScript, Python, Java, C# e C/C++.” Mas por que essa variedade, qual o motivo de não utilizar uma só em todas as situações? Porque cada linguagem é boa em determinada aplicação.
De acordo com o executivo, existem diversos conceitos de linguagem, como a programação orientada a objetos (POO) e a programação funcional, o que influencia a maneira como são arquitetados os sistemas e a estrutura de códigos. Além disso, outros aspectos devem ser levados em conta na escolha. “Por exemplo, quando comparamos linguagens fortemente tipadas das outras. As tipadas, como a Python, tendem a dar mais assertividade no código desenvolvido, acelerando a entrega, mas aumentando um pouco o volume de código produzido. Cada uma tem a melhor aplicação e o seu custo-benefício”.
Uma outra diferença é que existem linguagens que podem rodar na parte do client (front-end), como JavaScript, e outras como Java, que rodam na parte de server (back-end). “Vale frisar que uma linguagem não se limita apenas a uma sintaxe, ela é acompanhada do stack de tecnologia junto, como por exemplo Java e C# que precisam respectivamente da Java Virtual Machine e do .NET Framework para serem executados em máquinas”, afirma Ramos.
E não existe uma linguagem mágica que vá resolver todos os problemas dos programadores. Para Patrice “deve-se tomar bastante cuidado com este tipo de promessa. Existem linguagens consolidadas no mercado que evoluem de maneira consistente e permanecem como as mais usadas. Colocando uma lupa no caso do Python, que é uma linguagem que foi criada há 30 anos, é observável que a ela ficou por longos anos pouco popular, até conhecer, a partir destes cinco últimos anos, um crescimento acelerado de adoção, notavelmente pela sua aderência com algoritmos de machine learning, que estão em alta”.