* Por Maria Eduarda Herriot
Todos sabem que a parte burocrática na compra de um imóvel, no Brasil, é uma dor de cabeça. Para a realização de uma verificação completa são coletados dezenas, quase uma centena de documentos para prosseguir no processo de adesão de uma casa ou apartamento. E muitas pessoas ainda usam o método arcaico de reunir um por um desses documentos, e acabam perdendo muito tempo. Além disso, neste modelo, ainda é preciso um advogado para analisar toda a documentação, garantindo a segurança jurídica dos envolvidos. Todo esse processo pode levar dias, até meses para ser concluído.
Juros baixos, alta rotatividade de moradia na pandemia e a busca por distanciamento social, estoque de unidades… Enfim, o cenário atual é do setor imobiliário em aquecimento. E, em pleno 2020, com um mundo cada vez mais tecnológico, seria impossível acompanhar essa movimentação sem o uso de plataformas e aplicativos que usam Inteligência Artificial e API’s que funcionam para organizar e otimizar as transações imobiliárias. E é exatamente nestes gargalos que atuam as proptechs e lawtechs, melhorando processos e transformando tudo isso em um jeito mais fácil, seguro e assertivo.
Com essas ferramentas, economiza-se uma coisa muito importante nos dias de hoje: o tempo. Com a inovação promovida por estas startups, o tempo de apuração, organização e disponibilização de informações e documentos pode chegar a 24 horas. O mais bacana é que ainda é possível ter acesso a todos os arquivos para eventuais consultas posteriores. No modo “tradicional”, este fluxo levaria semanas, até meses para ser concretizado, e você obteria os documentos de forma desorganizada, sem acesso simples e direto a cada um deles.
Além da economia de tempo, economizamos outra coisa: dinheiro. Com o auxílio da tecnologia, o custo operacional é 80% menor do que o método tradicional. Essas plataformas são simples, bastando o comprador, vendedor do imóvel ou a imobiliária fornecerem informações básicas para que elas otimizem as etapas de um jeito mais rápido e barato.
Muitas empresas de tecnologia do setor, imobiliárias tradicionais, incorporadoras, construtoras e até plataformas de crédito digital já utilizam desse tipo de tecnologia e das inovações das proptechs e lawtechs para otimizar suas rotinas de trabalho, facilitando a vida deles e de seus clientes na hora de buscar, comprar ou vender um imóvel.
O uso de plataformas online que geram e facilitam o processo de venda e compra de imóveis só tende a crescer. Este mercado está ainda mais aquecido do que estava na pré-pandemia e, somando-se o grande movimento de startups, tecnologias e ambientes digitais que têm surgido nos últimos anos, o caminho certamente é sem volta. Com inúmeras fintechs, bancos digitais e outros recursos tecnológicos formando e compondo o chamado “novo normal” e atuando em diferentes segmentos, no setor imobiliário não seria diferente.
Vale acompanhar.
* Maria Eduarda Herriot é CLO e Head de Comercial da LegAut, proptech voltada para a análise automatizada de documentação imobiliária.