* Por Ivanir França
Masayoshi Son, CEO do Softbank, uma dos maiores investidores do mundo, destacou que a América Latina está prestes a se tornar um dos principais polos econômicos do mundo e ao contrário das outras “revoluções” econômicas do continente, desta vez é a tecnologia e não a força de trabalho que vão mover as rodas do desenvolvimento.
“América Latina, o novo polo de inovação e tecnologia do mundo” A afirmação é da consultoria Statista, que divulgou na semana anterior um estudo sobre como nós, latinos, estamos atraindo investimentos do mundo todo pela nossa capacidade de inovação no setor tecnológico.
O estudo aponta que nos últimos 10 anos, a entrada de capital de risco aumentou mais de 1.000% no continente.
Brasil
Por aqui, somos líderes desta inovação no continente. 54% de todas as startups estão por aqui, com destaque para as fintechs, empresas que buscam desburocratizar e democratizar o acesso ao sistema financeiro a todos os habitantes.
Isso é um ponto essencial, pois ao expandir o acesso ao sistema, também gera-se mais valor para a economia.
Mas de quanto estamos falando?
Antes do questionamento do problema, cerca de 40% da população brasileira não tinha conta em banco. Ou seja, 55 milhões de pessoas não tinham acesso ao ponto inicial do mercado financeiro.
É evidente que essas pessoas geram economia, para ser exato: cerca de R$ 800 bilhões por ano são movimentados por essa população que usa, quase que exclusivamente, dinheiro de papel.
Nota: e o problema não é só do Brasil, segundo a ONU, em 2019, 1.7 bilhão de pessoas no mundo não tinham acesso a serviços financeiros.
Resolvendo problemas
Com o surgimento das fintechs, o número de “desbancarizados” caiu para 30% ampliando o acesso ao crédito não apenas para a pessoa física (CPF), mas também para pessoa jurídica (CNPJ), principalmente pequenos negócios.
Negócios que sempre encontraram barreiras no sistema financeiro tradicional. Segundo Ingrid Zahler Devisate, diretora executiva do IFB – Instituto Foodservice Brasil -, pequenos negócios, muitas vezes, têm como garantia seu próprio capital de giro, o que não é aceito por bancos tradicionais.
Já com as fintechs, a conversa é outra. A Stone, por exemplo, construiu uma estratégia que dá aos clientes isenções nas transações financeiras e abriu uma linha de crédito com foco em atender comerciantes atingidos pela crise do coronavírus.
Do outro lado, o Nubank facilitou o acesso ao crédito para a pessoa física. Segundo um dos sócios fundadores, que é colombiano, ter levado 5 meses para conseguir abrir uma conta no Brasil.
Todos os setores
É evidente que, embora haja um destaque maior às fintechs, outros setores se beneficiam do espírito inovador latino. Segmentos como delivery, viagens, serviços e bem estar figuram no estudo como grandes receptores de capital e negócios promissores para os próximos anos.