* Por Edson Pelicer
O ato de inovar pode ser aplicado a diversos setores dentro de uma empresa. Em 2021, sem dúvidas, a transformação digital é um dos grandes exemplos que caminham nesse sentido, oferecendo possibilidades operacionais enriquecedoras, desde a automatização de processos à readequação de profissionais. No entanto, diante essa onda de tendências inovadoras, algumas novidades mostram-se ainda mais relevantes, afetando a relação das organizações com seus clientes e o próprio mercado.
Isso posto, o conceito de ESG (Environmental, Social and Governance) traduz com exatidão três pilares fundamentais para a saúde e integridade de qualquer companhia, independentemente do segmento em que ela se encontra atuante. Em tradução-livre, o termo corresponde a “meio ambiente, social e governança”. Não há como negar que são vertentes amplas, por isso, a importância de se aprofundar em meios de se deixar o campo teórico e aplicar práticas em sintonia com o mundo atual.
Avaliação interna em prol de diagnósticos precisos
No intuito de construir uma governança segura, funcional e orientada a princípios éticos, é preciso, inicialmente, olhar para dentro do negócio. Reconhecer pontos de melhoria, gargalos operacionais e ruídos de comunicação é um movimento bem-vindo e necessário, na medida em que demonstra ao gestor como e onde direcionar recursos, de forma assertiva e próxima à realidade da empresa.
Tomando como base esse ponto de partida, de diagnóstico e busca incessante pelo aprimoramento processual, fica muito mais fácil executar ações que provoquem os efeitos desejados. Atualmente, não existe governança corporativa sem Compliance, especialmente se tomarmos como parâmetro a nova abordagem, embasada legalmente, que todos devem atribuir à figura dos dados. Permanecer em sintonia com a legislação vigente, sob todos os aspectos, é uma missão a ser perpetuada pelo empresariado e demonstrada aos consumidores com frequência indispensável.
Como sua empresa enxerga as pessoas?
Ao discutirmos o papel social de uma organização, é preponderante que coloquemos, no centro do debate, o componente humano, seja dos colaboradores, clientes ou da população em sua totalidade. Uma empresa alinhada com conceitos de ESG assume o vínculo simbólico de oferecer um ambiente organizacional de valorização das pessoas, com tratamentos responsáveis e políticas inclusivas. Vale destacar que relações humanizadas não significam pouco profissionalismo ou informalidade, mas o reconhecimento por parte das lideranças de que suas equipes são compostas por cidadãos, com direitos, hábitos e sentimentos.
Por outro lado, no que diz respeito à comunicação externa, posicionar-se em uma sociedade vai além de diferenciais competitivos, trata-se de cumprir uma civilidade que é natural a todas as empresas do país, sem distinções. Programas de caridade, educacionais, de formação técnica ou injeção de materiais que beneficiem determinados grupos são possibilidades a serem normalizadas pelos que compreendem o real impacto do ESG.
Meio ambiente é questão prioritária
O meio ambiente compõe um plano de fundo cuja importância é indiscutível para o Brasil e o mundo. Ignorar esse elemento constante no cotidiano empresarial não condiz com a consciência que todos nós esperamos encontrar em lideranças corporativas. Em outras palavras, conduzir operações sem se preocupar com os efeitos que serão provocados na natureza é, no mínimo, um hábito irresponsável.
Nesse sentido, é imperativo que as organizações demonstrem empenho em encontrar soluções capazes de provocar mudanças positivas, a exemplo da redução de gases poluentes, tratamento adequado a resíduos e modelos de reciclagem que, além de corresponderem a demandas sociais, trazem vantagens econômicas que não podem ser subestimadas.
Para concluir o artigo, volto a relatar o caráter de prioridade a ser empregado em iniciativas de ESG. Ao investir esforços nesses três espectros, o gestor deixa claro que não está alheio a questões relativas ao planeta e à população de nosso país, consolidando um posicionamento diferenciado em um mercado cada vez mais exigente quanto à cidadania prestada pelo meio empresarial.
* Edson Pelicer é Gerente de Infraestrutura e Projetos Comerciais na Arklok, empresa especializada em outsourcing de infraestrutura tecnológica.