* Por Diogo Catão
As govtechs vêm crescendo expressivamente no Brasil, especialmente no contexto pós-pandemia. Essas startups estão contribuindo para transformar as mais diversas áreas no que diz respeito ao poder público, aos órgãos e às instituições que compõem esse sistema.
Grande parte desse sucesso se deve ao apoio das corporate venture builders (CVBs), empresas que buscam investir em startups e alavancar a inovação, tornando-se parceiras estratégicas. A CVB visa melhorar aspectos como administração, negócios e processos existentes; identifica oportunidades de mercado e de aquisição de novas tecnologias; orienta a conquista de clientes e investidores; e ainda capacita a equipe de colaboradores.
A organização pode criar um portfólio de startups equilibradas no sentido de nível de maturidade. Para os investidores, há menos risco, levando em consideração que o investimento é distribuído de forma proporcional. Além disso, reúne um time qualificado para selecionar as startups e escolher aquelas que fazem mais sentido para o desenvolvimento da venture builder.
Esse cenário também é bom para as startups. Se há investimentos acontecendo, há um campo seguro para atuação e profissionais e ferramentas disponíveis para ajudar no desenvolvimento da solução. O networking qualificado também se destaca, já que visa impulsionar a inovação.
Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as startups que conseguem deslanchar e se manter no mercado são exceções; 90% desses empreendimentos acabam encerrando as operações ainda nos primeiros passos. Por isso, toda ajuda é bem-vinda; os novos negócios sempre precisam de auxílio e uma CVB é capaz de oferecer diversos aspectos positivos.
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Quais são as vantagens?
O alinhamento de objetivos estratégicos entre a organização e o investidor é o primeiro benefício. A sinergia em cena potencializa a inovação e dá mais vantagem competitiva. Além disso, uma corporate venture builder pode investir financeiramente em startups, apesar de não ser comum, já que esse não é o foco de CVBs. Pode ajudar também na captação de recursos por meio de sua vasta rede de contatos.
Outro ponto de destaque é a inteligência de mercado, que facilita a atração de clientes, auxilia no desenvolvimento sustentável das soluções e faz a startup crescer e evoluir em meio a um aspecto muito importante: notas fiscais.
Uma CVB ainda tem acesso à ampla rede de startups em diferentes estágios de maturidade e setores. Para um investidor, isso reduz o risco de perda financeira, no caso de uma startup não dar o retorno necessário (o que é previsível, estatisticamente falando); diversifica a carteira de investimentos, considerando que o aporte não é feito em uma única startup, mas, sim, em várias; e o investimento acontece em diferentes setores, explorando novos mercados e novas oportunidades, cujo acesso não seria fácil.
Quais são os riscos?
O primeiro, já mencionado anteriormente, é o mais previsível: a startup não conquistar o retorno financeiro esperado. Em caso de falha, o investidor perde o capital investido, gerando prejuízo. Outro ponto que pode levar ao risco financeiro é o erro no alinhamento estratégico e/ou na implementação de projetos entre a CVB e a startup.
O terceiro diz respeito ao envolvimento da startup em escândalos ou práticas questionáveis. Porém, nesse caso, há uma prevenção bem útil: colocar em prática um programa de ética e compliance rígido e bastante estratégico. Esses riscos são mapeados por meio dessa iniciativa e podem ser solucionados e revertidos.
Por fim, ainda é possível acontecer o conflito de interesses entre a startup e a corporate venture builder. Mas isso também pode ser prevenido selecionando companhias estratégicas de acordo com a necessidade e os objetivos da CVB. Para fazer essa análise, é necessário seguir um passo a passo.
Quais são as etapas antes de estabelecer parceria com uma CVB?
Primeiramente, a startup chega à CVB, que faz um diagnóstico rigoroso da sua inovação, do mercado em potencial, do modelo de negócio, da equipe fundadora, do faturamento, entre outros pontos. Isso se dá por meio de reuniões, encontros e análise de requisitos e documentos.
No caso de uma resposta positiva, aplica-se uma avaliação e a venture builder realiza um Investor Day. Esse é o momento em que a startup realiza seu pitch para uma banca avaliadora. Passada a ocasião, a companhia preenche o memorando, analisa-se os documentos necessários e a empresa entra para o portfólio da CVB.
A partir disso, o foco é direcionado ao desenvolvimento da startup. Seu desempenho vai ser acompanhado de perto, com profissionais capacitados para orientar, networking qualificado, mentorias, capacitações e todos os benefícios que uma CVB oferece.
A ideia é que a corporate venture builder preencha as lacunas da startup, realizando ações, monitorando e identificando tendências e oportunidades de investimentos. Isso é realizado por meio de atividades conjuntas, metas claras de cada investimento, avaliações periódicas e impacto estratégico.
Por fim, com a startup faturando, há o exit e a relação ganha-ganha-ganha, em que a startup ganha, a CVB recebe seu retorno financeiro e os investidores lucram. No melhor dos cenários, a companhia pode ser adquirida por outra corporação, ou há abertura de capital e IPO (oferta pública inicial).
Independentemente da situação de saída, a intenção da CVB é manter uma porta aberta e o bom relacionamento. Afinal, a venture builder busca proporcionar sucesso para a startup. É importante garantir uma relação amigável para possíveis colaborações e novas oportunidades de negócio.
Diogo Catão, CEO da Dome Ventures, uma Corporate Venture Builder GovTech que nasceu com o propósito de transformar o futuro das instituições públicas no Brasil.
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