Imagine os seguintes cenários: uma fintech que faz concessões de créditos e precisa consultar o perfil de um cliente para se certificar de que é uma transação segura, ou então, um banco que oferta soluções personalizadas para empresas com alto fluxo de caixa. O que ambos os negócios têm em comum? A resposta é simples: obrigação de utilizar a tecnologia a seu favor para realizar operações assertivas.
Essa demanda não é nada nova, claro. Empresas de diversos segmentos financeiros, seja B2C ou B2B (business-to-consumer/ business-to-business), têm lançado mão do que há de mais recente em tecnologia visando aprimorar seus serviços e produtos e também para avançar em pesquisas de inovação. No entanto, com o advento da inteligência artificial generativa (GenAI) e assistentes virtuais, essa fusão do ambiente financeiro e da tecnologia gerou o que se tem chamado de “finanças assistidas”.
Segundo levantamento da consultoria McKinsey, 72% das empresas do mundo já adotaram IA em 2024; um número bastante relevante se considerarmos que em 2023 era 55%. Esse avanço, que engloba também o universo financeiro, promete transformar a forma como bancos, fintechs e demais instituições operam. A ordem é automação extrema em busca da personalização em escala.
A alta capacidade da GenAI de processar grandes volumes de dados, ao mesmo tempo em que se autoalimenta com aprendizagem para o próprio negócio, a torna extremamente importante para o atendimento dos clientes e solução de problemas. Isso não significa que “as máquinas dominarão o planeta”. Só repete esse discurso quem não entende a real potencialidade da GenAI. Não se trata de substituir o humano, mas de ajudá-lo a desenvolver ferramentas mais ágeis, antecipar necessidades e fornecer soluções proativas. O ponto-chave é usar essa tecnologia para atividades operacionais, como leitura de contratos, e gerar um banco de dados que vai auxiliar em atividades estratégicas.
Vale destacar que a GenAI por si só não faz milagres. Um ecossistema composto por outras tendências do setor financeiro e de banking é fundamental para impulsionar a transformação digital. Internet das Coisas (IoT) e Open Finance, por exemplo, precisam ser igualmente explorados.
O impacto nos negócios e finanças
Fazer entregas mais assertivas e personalizadas gera benefícios não apenas para o atendimento ao cliente – o que por si só já é vantagem para os negócios –, mas também pode refletir na geração de novas fontes de receita, prospecção de clientes e transações simplificadas, principalmente em um ambiente de open finance.
Em uma análise mais futurista, é possível ainda mesclar essa “realidade assistida” com a realidade aumentada, isto é, a integração entre o mundo digital e o físico, gerando uma nova forma de interação com soluções financeiras. Imagine organizar suas finanças sem burocracias bancárias, mas com uma interface capaz de indicar os melhores caminhos, pontuando prós e contras. A norte-americana Goldman Sachs, uma das principais instituições
financeiras mundiais, é um exemplo de pioneirismo: tem focado no desenvolvimento de modelos proprietários, como de Large Language Models (LLM), uma rede neural capaz de acumular conhecimento a partir de bases de dados e, assim, aprender com o passar do tempo, resultando em respostas para os desafios dos negócios.
As finanças assistidas estão se formando no presente e terão seu esplendor no futuro. Diante disso, cabe encarar essa revolução com fomento às iniciativas tecnológicas e investimento em boas práticas que impactarão positivamente o mundo financeiro.
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