* Por Luiz Penha
Nos últimos anos, felizmente, o setor empresarial tem compreendido a importância de se introduzir a tecnologia no ambiente de trabalho. No entanto, automatizar processos é o primeiro passo de uma mudança ampla na realidade das empresas.
Adotar uma postura simplista sobre a utilização de ferramentas tecnológicas pode se mostrar um equívoco prejudicial, na medida em que a inovação deve funcionar como uma porta de entrada para novas práticas internas. E os dados protagonizam uma discussão central dentro desse contexto.
Não existe transformação digital sem a proteção e uso consciente das informações disponíveis. Esse é um pressuposto praticamente obrigatório para os que buscam estruturar um departamento de TI que corresponda às expectativas depositadas. Por isso, alguns tópicos são fundamentais e devem servir de parâmetro para gestores com dificuldades de adequar suas operações à complexidade do tema, respeitando normas legais e o interesse dos consumidores.
Departamento de TI: despesa ou investimento?
No entendimento geral, despesas são gastos voltados para o andamento das atividades, mas que não oferecem oportunidades financeiras ou ganhos produtivos. Já o investimento, como o próprio termo sugere, é o conceito de aplicar determinada quantia de dinheiro com a esperança de que a movimentação traga resultados significativos a curto, médio ou longo prazo.
Por muito tempo, na maioria das empresas, a Tecnologia da Informação não se enquadrou em nenhum dos casos. Isso se deve à mentalidade de que se trata de uma área secundária ou de pouco valor operacional, cujo impacto não valeria uma participação no escopo orçamentário. Hoje, uma mudança bem-vinda tem modificado a percepção do empresariado sobre o tópico, expondo o aspecto crítico de se postergar a implementação tecnológica.
A verdade é que o TI é essencial para a eficiência dos processos e o funcionamento do sistema de trabalho consolidado internamente. Ele otimiza tais procedimentos, redireciona profissionais a tarefas mais estratégicas e estrutura uma cultura organizacional muito mais ágil e produtiva. Suas consequências, portanto, refletem em melhores decisões e um relacionamento com o cliente assertivo, oferecendo possibilidades únicas para o gestor.
Sistemas manuais e o uso estratégico dos dados
Finalmente, é possível afirmarmos que não é palpável tratar os dados com a devida responsabilidade sem amadurecer a ideia de que o TI é ponto chave dessa equação. A automatização de processos vai ao encontro à integridade do fluxo de informações, na medida em que assume o gerenciamento de arquivos e documentos, em plataformas que reduzem exponencialmente a ocorrência de falhas críticas.
Em modelos manuais, é natural que o quadro seja oposto, afinal, nós, enquanto seres humanos, não possuímos o que é necessário para conduzir etapas tão repetitivas e padronizadas, sem que situações problemáticas ocorram no meio do caminho. No fim, o fator humano é o maior beneficiado com a presença tecnológica, pois delega essa tarefa exaustiva e assume uma posição exclusivamente estratégica, fazendo jus à capacidade que nos é única.
Para concluir, retorno à frase que intitula o artigo. O TI tem papel decisivo no uso responsável sobre os dados. Por meio de ferramentas específicas, ele amplifica a cibersegurança, transforma a atuação dos profissionais envolvidos nos processos e garante, através de soluções de inteligência analítica, uma abordagem totalmente estratégica sobre as informações coletadas. Quanto antes se normalizar essa linha de raciocínio, melhores serão as chances de se maximizar as conquistas com o suporte da tecnologia.
* Luiz Penha é co-founder e COO da Nextcode. Com vasta experiência em Infraestrutura de TI e segurança de dados, o executivo possui mais de 11 anos de experiência na área.