* Por Ricardo Buffon
A transformação digital não é mais um diferencial, mas parte da estratégia corporativa que deve ser seguida e alinhada aos negócios. Se essa é uma parte fundamental para alavancar os resultados, o norte das companhias é claro: a demanda do novo consumidor. Esse requisito cria diversos desafios para que o cliente seja atendido com aquilo que ele quer – ou mais, muitas vezes com o que ele vai querer.
Antecipar demandas e estar atento às inovações é primordial para sobreviver e se destacar no mercado. Para isso, ter a sua disposição tecnologias disruptivas é fundamental para a sobrevivência de qualquer empresa. Por isso, ambientes em cloud são aliados tecnológicos fundamentais para a execução de novas ideias e soluções. Ela traz uma nova realidade para o mundo empresarial, uma vez que democratizam o acesso às novas tecnologias, fazendo com que grandes corporações e startups briguem de igual para igual por esses novos consumidores.
‘Estar na nuvem’ já é realidade nas empresas brasileiras. De acordo com um estudo da Citrix realizado com talentos de TI em cinco países na América Latina, incluindo o Brasil, as companhias brasileiras são as que mais usam ativamente serviços de nuvem (57%) e possuem maior intenção de investimento nos próximos anos (74%).
Mas a nuvem vai além. Ela não se limita apenas ao grande volume de dados dessas corporações. As regras do mercado mudaram, uma vez que há uma lacuna aberta para que outras mentes façam negócios de forma criativa, com agilidade e focada no que os consumidores querem. São bancos digitais, varejo com pagamento via apps e QR Code, e médicos que atendem sob demanda e de onde estiverem.
O advento da nuvem abriu caminhos para que as micros, pequenas e médias empresas tenham acesso às soluções que antes eram viáveis apenas às grandes companhias. É uma quebra de paradigma, e isso está causando a verdadeira disrupção na oferta de serviços ao cliente final. Para a indústria de tecnologia, essa é uma onda que precisa ser surfada, já que o crescimento deste mercado está em ritmo acelerado. A pesquisa GEM/Sebrae apontou que, de 2008 a 2017, triplicou o número de empreendedores no país, passando de 14,6 milhões para 49,3 milhões. O crescimento também acompanha as oportunidades de emprego. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, mais de 80% do número de empregos gerados em 2019 veio de pequenas empresas. Acompanhando esta ascensão estão as startups. A Associação Brasileira de Startups (ABStartups) fez um levantamento que mostrou que o ano de 2018 terminou com mais de 10 mil startups cadastradas – dobro do número registrado em 2017.
É fato que esse nicho está aquecido e que ele é o divisor de águas para a indústria 4.0 e outras tecnologias, mas também há oportunidades que estão sendo exploradas para dar vantagem competitiva às PMEs e startups mais competitivas em comparação às concorrentes maiores.
A cloud atua como uma ponte nos negócios e democratização de acesso às inovações. Enquanto que em modelos convencionais o planejamento de compras e desenvolvimento de novas aplicações/serviços podem levar tempo (por causa de burocracias corporativas e demora de migração de sistemas), o ambiente em nuvem garante acesso rápido às novas tecnologias, fácil implementação e economia de tempo.
Ela permite que essas companhias tenham facilidade para aumentar ou diminuir a capacidade de sistemas; e economia de tempo do time de TI que pode cuidar dos negócios da empresa sem se preocupar com a parte técnica, atualizações e segurança.
Futuro da nuvem
No futuro, assim como hoje, o consumidor final continuará como o centro das decisões corporativas, alimentando novos negócios e sendo motivação para a criação de novas empresas e serviços.
Por outro lado, a análise gira em torno dos investimentos em estratégias de nuvem – que continuarão sendo prioridade, já que a globalização das corporações compreende um ecossistema diversificado. Desta forma, a demanda por resultados estratégicos de serviços em nuvem continua crescendo. Por isso, o caminho é a mudança organizacional em direção ao digital, em que a nuvem é a protagonista que viabiliza o fluxo dos negócios, novas empresas e oferta de soluções de qualidade.
* Ricardo Buffon, diretor sênior de Tecnologia da Oracle Brasil.