A segunda temporada do “O Anjo Investidor” já começou a todo o vapor. Comandado por João Kepler, um dos investidores mais ativos do Brasil, o reality show comemora um ano de sua estreia neste mês de outubro. Focado na nova economia, startups e investimento-anjo, o programa vai ao ar toda quarta-feira, na Rede TV! e também no canal do Youtube da Jovem Pan.
A cada semana, é possível conhecer os bastidores de uma startup, desde seu local de trabalho, clientes e modelo de negócio. Os empreendedores, por sua vez, têm acesso a possíveis investimentos de um fundo anjo de R$ 5 milhões. O programa conta ainda com a participação do empresário Paulo Veronesi, fundador da Tabasco Filmes, e outros especialistas do mercado que participam como conselheiros de João durante o programa.
Mentoria de anjo
Em todos os episódios, a startup conta ainda com uma mentoria exclusiva com algum especialista do mercado. Os mentores, que geralmente são pessoas que possuem uma boa bagagem de experiência e conhecimento em um nicho específico, são muito importantes para ajudar os empreendedores a acumularem conhecimentos sobre assuntos dos quais ainda não dominam, mas que são essenciais para qualquer empreendedor seja economia, tributação, logística, administração, entre outros.
O Startupi, em parceria com “O Anjo Investidor” irá divulgar semanalmente um conteúdo exclusivo com o mentor de cada episódio com o objetivo de levar conhecimento e informações de diferentes segmentos e mercados sob a perspectiva de um executivo e especialista.
Esta semana, Marcio Esher, diretor de operações da Holding Clube e um dos maiores especialistas em show business do Brasil, deu um panorama sobre o mercado de live marketing, eventos e entretenimento. Confira abaixo!
Eshows
Uma startup que tem se destacado neste mercado é a Eshows, plataforma que conecta artistas e bandas com quem procura contratar atrações. Ela fica localizada em um ponto bastante conhecido da capital paulista: na esquina da Avenida Ipiranga com a São João.
Com a pandemia, a empresa, assim como muitas outras do ramo de entretenimento, teve que se reinventar para não perder renda. “Aproveitamos o momento para olhar para dentro da empresa, definir bem nossos processos e entender nosso propósito. Acho que o nosso maior problema foi estarmos refém de um modelo de negócio com taxa de sucesso”, destacou Thiago de Melo, CMO da empresa.
A startup participou do terceiro episódio do programa e após conversar com João Kepler, a empresa entendeu que precisaria gerar outros produtos dentro da plataforma, não só através de lives, que passaram a substituir a venda de shows durante a pandemia, mas sim oferecendo mais recursos para os artistas através de aulas de música. “Houve uma crescente de procura durante a pandemia. Se a gente tem uma base qualificada de músicos dentro da plataforma, a gente pode gerar leads e passar para esses músicos poderem substituir a renda deles”.
Oportunidades
Márcio Esher, que conheceu o mercado de eventos há pouco mais de 20 anos, segmento que, segundo ele, começou com um cenário amador, destaca que as empresas olhavam o evento como um apêndice de uma estratégia maior de comunicação. De lá para cá, é uma crescente constante, e a relevância do segmento está ficando cada vez mais importante no planejamento estratégico das marcas para se conectarem com o consumidor por meio de experiências.
Na mentoria no programa, Márcio apontou alguns rumos pelos quais os responsáveis pela Eshows deveriam pensar para fazer a evolução do negócio e conseguir passar por esse momento de pandemia. “Transformar o artista em uma coisa acessível para um público consumidor final, sem depender da situação que estamos vivendo hoje e sem depender da demanda do bar. Você vai gerar uma demanda para o artista”. Segundo Esher, sabendo do portfólio de artistas que a empresa tem, o próximo passo seria transformar essas informações em um produto e colocá-lo para ser comercializado direto para o consumidor final.
“Exemplo: eu estou na minha casa, quero fazer um evento pequeno, para minha família. Eu vou dar a oportunidade de ter um artista bacana, com conteúdo legal, tocando na televisão da minha casa. Eu contratei direto da sua plataforma o artista, você viabilizou a transação inteira e a gente conseguiu ter uma monetização que foi para o artista, que teve a sua retenção e eu, como consumidor final, que tive uma entrega exclusiva, que vai ser uma experiência diferente pra mim”, apontou.
Márcio destacou que um dos legados positivos que a pandemia deixará para o mundo dos eventos é a questão da digitalização, o que, de acordo com ele, é a principal vertical de tudo o que está acontecendo. “Dificilmente os eventos vão ser realizados de uma maneira a não estar conectado no digital. Vai ter o presencial e isso não vai deixar de existir nunca, porque é a necessidade, principalmente do povo latino de estar em contato com as outras pessoas, de conseguir vivenciar aquela experiência ao vivo, de sentir o arrepio, a música vibrante. Isso sempre vai existir. Mas vai ser acrescentado isso a oportunidade de ampliar ainda mais essa emoção, só que para o digital, conseguindo impactar milhares de pessoas”, afirma.
Outro fator relevante, conforme Esher, é a presença do social, da humanização por qualquer iniciativa que aquele empreendedor venha a fazer. “Qual o propósito, qual a causa que isso está relacionada, quem a gente vai conseguir beneficiar por conta dessa iniciativa e do bem que a gente quer promover no que diz respeito a entretenimento para as pessoas que estão presentes ali. De uma maneira direta ou indireta, vão estar beneficiando alguém em um outro patamar”, apontou.
Por fim, o especialista no mercado de eventos dá alguns conselhos àqueles que desejam empreender neste mercado. “Uma das coisas que a gente vê e aprende muito é que não pode ter medo de errar. A gente tem que correr o risco porque a gente só vai conseguir aprender errando. Uma das coisas que estão latentes hoje no nosso negócio como um todo é: deixe de ser empresário e vá ser empreendedor, empreenda, corra risco, erre e busque o resultado. A resiliência, a persistência, superar os obstáculos, eu acho que é o grande caminho que tem para conseguir implementar o negócio. É não perder a vontade de fazer acontecer”, finalizou.
No programa a startup percebeu que além de reduzir custos, era preciso mudar a estratégia da empresa, melhorar sua tecnologia e plataforma, além de redefinir seu modelo negócio. Será que ela conseguiu receber o investimento de João Kepler? Assista ao vídeo.