* Por Vitória Oliveira
Essas são algumas das razões que têm levado cada vez mais brasileiras a empreender: Ser dona do seu próprio tempo, nunca ser demitida, não ter mais que aturar um chefe chato, ficar rica.
Entretanto, essas motivações são vistas com ressalvas por Fábio Rodrigues, empresário e autor do livro “Na dúvida, não empreenda!”. Compartilho dessa opinião.
Empreender, já tem um grau significativo de risco, mas existem outras dificuldades que só quem tem uma startup sabe exatamente o que é.
Importante dizer que startup é uma ideia de empresa ou uma empresa nascente voltada à tecnologia e inovação que tenha como objetivo desenvolver e aprimorar um modelo de negócio escalável.
Portanto, nem toda empresa que acabou de nascer, é uma startup. Sendo assim, só quem, de fato, tem uma empresa de tecnologia vai entender algumas dores.
1- Disputa por talentos
Inovação vem de gente. Sendo assim, uma startup precisa ser obcecada por talentos acima da média. Só assim, ela conseguirá crescer de forma exponencial. Existe uma disputa, no meio das startups, por pessoas intraempreendedoras e talentosas. Afinal, essas pessoas não são tão comuns no mercado. Isso faz com que o processo seletivo seja mais caro e trabalhoso, pois você terá que ser persuasivo para conseguir trazer pessoas de qualidade para o seu time.
2- CEO, com mais habilidades comerciais
O ecossistema faz com que a CEO da empresa esteja preocupada não somente com a estratégia do negócio, mas também com o relacionamento da porta para fora. Nunca foi tão exigido um bom networking, como nos tempos atuais.
Você precisará se vender o tempo todo, para clientes, investidores, e até mesmo para o próprio time. Quando falamos de captação de investimento, as mulheres precisam ter ainda mais habilidades para combater o machismo estrutural.
Estudos dizem que investidores homens, fazem perguntas em relação a futuro, quando estão de frente com founders homens, e sobretudo perguntas de passado, para founders mulheres. Isso mostra a falta de segurança na liderança feminina ainda presente nos dias de hoje.
3- Regras do jogo diferenciadas
Ao contrário das empresas tradicionais, a startup tem regras de jogo diferenciadas, isso passa por uma série de termos: Valuations, Stock Options, Rodadas, Múltiplos, Governança, Board e muito mais. Vale ressaltar que também estamos falando de um jogo “sem volta”. Uma vez que você se posiciona como uma, existe um caminho a ser percorrido.
4 – Sobre empreender: você é minoria, mas já é uma potência
Startups com mulheres na liderança, receberam 2,2% do capital investido em startups, mas geraram em média, o dobro do resultado.
Startups lideradas por mulheres tem saídas mais rápidas, 6,4 anos, enquanto por homens, 7,4. Startups americanas com fundadoras mulheres, contratam em media 2,5x mais mulheres do que as com fundadores homens. Isso pode mudar totalmente um cenário global.
A maioria dos conhecimentos que aprendemos na administração no ensino formal, não são majoritariamente aproveitados no ecossistema de startups. É necessário reciclar, e aprender a língua “startupez”.
O vale do silício foi o grande formador desse ecossistema e continua sendo o espelho para a maioria das startups. O empreendedorismo não é para amador, e quando falamos de empreender em tecnologia, a régua sobe ainda mais. E se falarmos em mulheres na liderança, sabemos que temos ainda mais desafios.
O propósito e a oportunidade de mudar um ecossistema é o que faz uma empreendedora avançar com mestria.
Estar segura do seu produto e modelo de negócio faz total diferença na hora de enfrentar qualquer um desses obstáculos. Além disso, você não está sozinha, atualmente no Brasil temos mais de duas mil startups fundadas por mulheres, segundo a Associação Brasileira de Startups.
Vitória Oliveira, CEO da Connectabil, startup de Recrutamento e Seleção para contadores, 15 anos de carreira em Recrutamento & Seleção.
Mentora de carreira & liderança.