A Moss, plataforma de créditos de carbono, anunciou no final do ano passado que recebeu um aporte de US$ 1,8 milhão em uma rodada de investimento liderada pela The Craftory, investidora do mercado de Venture Capital. O montante é somado ao US$ 1,6 milhão que a empresa já havia levantado em junho de 2020. Demais investidores-anjo também participaram, mas não tiveram seus nomes revelados.
Lançada em março de 2020, logo no início da pandemia do novo coronavírus, a Moss é responsável por fazer uma seleção apurada dos melhores programas de conservação da Amazônia que emitem créditos de carbono, oferecendo-os para empresas que queiram mitigar seus danos ambientais através da compra dessas garantias.
“Nós selecionamos esses projetos, compramos milhões e milhões de créditos de carbono que eles estão emitindo ano após ano, agregamos tecnologia ao colocar em Blockchain e, finalmente, agregamos valor na distribuição. Nós também montamos uma rede de distribuição global para a venda desses créditos de carbono no varejo. Nós atuamos como se fosse o Magazine Luiza do crédito de carbono: compramos no atacado, vendemos no varejo e agregamos valor na seleção e na tecnologia”, destaca Luis Felipe Adaime, fundador da Moss.
“Começamos com crédito de carbono e atendemos todo o tipo de segmento, desde a pessoa física, que quer fazer a compensação da sua pegada de carbono à grandes empresas como C6 Bank, que já compensamos. Além disso, vamos ter uma solução B2B2C na qual vendemos créditos de carbono para os seus clientes via programas de pontos e fidelidade que chama ‘Átomos’”, disse.
Impactos da pandemia na questão ambiental
Luis concorda que, com o serviço oferecido pela Moss, os números da empresa cresceram com a pandemia. Para ele, durante o período, o impacto humano no planeta ficou ainda mais evidente. “A poluição de Paris, por exemplo, caiu cerca de 70%, as águas de Veneza ficaram cristalinas, começamos a ter o céu mais azul em São Paulo. Acho que ninguém consegue mais contra-argumentar o impacto do homem no clima. Isso também gerou um sentimento solidário que ajudou bastante nas vendas de crédito de carbono para empresas e conscientizar as pessoas que precisamos fazer mais pelo planeta”.
E completa. “Nos tornamos a empresa privada que mais enviou dinheiro para a Amazônia na história: R$55 milhões. Para dar uma ideia, o orçamento do Governo Federal para a conservação da Amazônia foi de R$50 milhões. Fomos maior que o Governo Federal em termos de impacto para a conservação de áreas da Floresta Amazônica”.
Perspectivas com o novo aporte
Além da internacionalização, a Moss pretende implantar outros projetos com o novo investimento. “Estamos trabalhando fortemente no marketing e divulgação do nosso token de carbono, que é um crédito de carbono que negocia em bolsas cripto. Vamos listar no mercado bitcoin agora dia 4 de fevereiro e a nossa ideia é gastar bastante divulgação e marketing para divulgar não só o produto, mas também criar demanda para listagem nas maiores bolsas de cripto do mundo”, afirmou.
Adaime finalizou destacando as expectativas quanto às operações da empresa após a pandemia. “São as melhores possíveis. É um mercado de crescimento infinito, que vai trazer muitos benefícios para as comunidades locais mas também muita riqueza para o nosso País como um todo. O Brasil é a Arábia Saudita do crédito de carbono. É uma fonte de riqueza imensa para o nosso País e que é muito mal explorada. Nossa meta como empresa é ajudar o país na conservação da Amazônia, das nossas riquezas e na geração de valor para a economia brasileira”, disse.
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