A Arthur Mining, mineradora de ativos digitais que opera nos Estados Unidos com um dos custos e fontes de energia mais baratos e sustentáveis do mundo, acaba de levantar US$ 2 milhões em rodada seed liderada pelo Green Rock e pela gestora Fuse Capital, montante que eleva o valuation da companhia a US$ 10 milhões post-money. Na sequência, a Arthur já se prepara para uma expansão de 300%, e nutre expectativa de captar US$ 40 milhões em uma série A ainda neste ano.
De acordo com Ray Nasser, CEO da Arthur Mining, o mercado de mining tem um potencial enorme e, nos próximos dois anos, deve chegar facilmente a uma receita de US$ 30 bilhões – hoje ela chega a US$ 16 bilhões. “Com um EBITDA ajustado de 62% no segundo trimestre deste ano, mesmo com a queda do Bitcoin de US$ 64 mil para cerca de US$ 30 mil, a perspectiva da companhia, que possui um dos menores custos de energia do mundo, é manter um EBITDA ajustado acima de 70% no ano”, afirma o executivo. Para Rudá Pellini, presidente da Arthur e cofundador da Wise&Trust, o baixo custo da energia, que é o principal insumo para a produção de bitcoins, é um grande diferencial da Arthur no mercado. “Nosso custo de energia hoje é de US$ 1.53c/kWh, e estamos indo para US$ 1.2c/kWh. Para título de comparação, no Brasil, hoje o custo de energia no mercado livre gira em torno de 10x nosso custo nos EUA”, ressalta Pellini.
Com o aporte, a Arthur – que só em 2020 cresceu 150% – pretende explorar mais o setor, aumentando sua estrutura e ampliando a mineração para ter mais acesso a capital estrangeiro, gerar mais resultados aos clientes a longo prazo com a diminuição de custos com economia em escala, e se consolidar como referência em ESG.
Falando em ESG, a empresa já tem se destacado e atraído importantes players e clientes por utilizar gás desperdiçado e subvalorizado da indústria de óleo e gás (O&G) como fonte de energia para minerar bitcoin. “Nosso processo torna as operações lucrativas mas, principalmente eficientes e ecologicamente corretas, pois há uma grande preocupação da nossa parte em reduzir as emissões de gases de efeito estufa associadas às atividades de queima e ventilação”, explica Ray Nasser.
Não à toa, em 2019 a companhia foi a primeira aposta da Wise&Trust, desenvolvedora que cria e investe em negócios disruptivos com alto potencial de alcançar o mercado aberto, para estabelecer padrões de mercado elevados em um ecossistema pouco conhecido, gerando créditos de carbono não prejudiciais ao meio ambiente. “Ante esse mercado cujo grande potencial é inegável, e com a preocupação de figurar entre as empresas de mineração de bitcoin mais lucrativas e menos nocivas do mundo, os esforços da Arthur estão voltados em levar mineração de bitcoin verde a investidores por meio de veículos de investimento formais e estabelecidos”, afirma Rudá Pellini.
Apostando na força desse novo lastro monetário, a Fuse Capital, gestora carioca de venture capital, resolveu compor o time de investidores da mineradora. “Acreditamos que a mineração de crypto é um ativo descorrelacionado e perfeito para compor nossa carteira híbrida pois, tem fluxo financeiro de dívida com opcionalidade de equity no caso de listagem”, conta João Zecchin, cofundador da Fuse, que diz ainda que vê a mineração de ativos digitais como uma tecnologia que só tende a crescer e até mesmo compor outras commodities. “Esse mercado é excepcional, bem como o time da Arthur. Alinhando isso ao conhecimento assimétrico que temos sobre o tema em relação a outros VCs, estamos tranquilos em relação a esse investimento, passando por cima de alguns questionamentos que outras pessoas iriam demorar muito tempo para entender”.
Para 2022, após rodadas séries A e B, a Arthur tem projetado se listar como um SPAC.
Foto de destaque: Ray Nasser CEO da Arthur Mining.
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