*Por Raphael Ruffato
Acessível principalmente a grandes consumidores, como indústrias e grandes empresas, o Mercado Livre de Energia caminha para uma abertura total, prometendo impactar diretamente a vida de milhões de brasileiros. Até 2030, o número de consumidores no Mercado Livre deve saltar dos atuais 220 mil consumidores para cerca de 90 milhões, democratizando o acesso à energia, promovendo inovações e acelerando a transição para um futuro mais sustentável.
O interesse crescente da grande mídia pelo Mercado Livre de Energia é um fator crucial para sua popularização. Contudo, a atenção da mídia só se intensificará quando o mercado for ampliado para milhões de consumidores. Hoje, a divulgação em canais de grande audiência, como a TV aberta, ainda é restrita, o que limita a disseminação e o entendimento das vantagens desse modelo para o público em geral.
Assim como ocorreu com a telefonia nos anos 2000, o aumento da visibilidade ajudará a educar o público sobre os benefícios e possibilidades. Essa conscientização, combinada com esforços de políticas públicas e iniciativas do setor privado, é essencial para criar um mercado verdadeiramente acessível e sustentável. Adicionalmente, a economia da experiência exige muito mais das marcas principalmente quando o assunto é autonomia para o consumidor que busca facilidade, comodidade e sobretudo poder de decisão de compra.
Aumento da demanda por energia renovável
A sustentabilidade está no centro das atenções. Empresas e consumidores finais buscam cada vez mais fontes de energia limpa, como solar e eólica, para reduzir sua pegada de carbono. Nesse contexto, o Mercado Livre de Energia é essencial pois oferece flexibilidade para que os consumidores escolham fornecedores comprometidos com práticas sustentáveis e incentivando investimentos em geração renovável.
As mudanças climáticas, que se intensificam a cada ano, é um fator essencial para acelerar essas decisões. Já temos prévias alarmantes dos dados de 2024, que apontam para um aumento de 1,54°C na temperatura média global em comparação com os valores históricos de 1850/1900, segundo a versão provisória do Estado Global do Clima 2024, publicada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Este cenário, que reforça a urgência em mitigar os efeitos das mudanças climáticas, e certamente vai impulsionar uma adoção ainda mais rápida de fontes de energia renovável.
Embora o Mercado Livre ofereça benefícios claros, o acesso ainda é complexo e pouco amigável para muitos consumidores. A digitalização surge como uma solução, permitindo plataformas que simplifiquem o processo de escolha de fornecedores e promovam maior transparência nas tarifas. Ferramentas digitais também possibilitarão uma experiência mais personalizada, educando o consumidor sobre suas opções.
Mobilidade elétrica e energia limpa
A integração entre o Mercado Livre de Energia e a mobilidade elétrica é uma das mais promissoras inovações do setor. Com a crescente adoção de carros elétricos, o uso de energia limpa adquirida no Mercado Livre permitirá reduzir ainda mais as emissões de carbono. Além disso, a criação de estações de recarga inteligentes, conectadas a fontes renováveis, deve impulsionar ainda mais essa transição.
Hoje, o Mercado Livre é majoritariamente voltado para grandes consumidores. No entanto, para atingir a abertura total, será fundamental simplificar os processos e torná-los acessíveis a consumidores de todos os perfis, para que inovações – como a relacionada à mobilidade elétrica – tenham uma adesão cada vez maior. Essa democratização permitirá que pequenos negócios e famílias também se beneficiem da possibilidade de escolher seus fornecedores podendo optar por energia limpa e economizar na conta de energia.
O futuro é agora
Com a abertura total do Mercado Livre de Energia, o Brasil tem a oportunidade de se posicionar como líder em inovação energética na América Latina. A combinação de investimentos em tecnologia, sustentabilidade e educação do consumidor promete transformar o setor, tornando-o mais eficiente, acessível e verde. Essa transição não é apenas uma mudança no modelo de negócios, mas um passo decisivo em direção a um futuro onde energia limpa e acessível é a base de uma sociedade mais sustentável.
*Raphael Ruffato é fundador e CEO da Lead Energy
Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!