* Por Lilian Primo
Nesse espaço já falei muito sobre os avanços na área de tecnologia. Estamos vivendo um novo momento tecnológico, como por exemplo, o desenvolvimento das Inteligências artificiais. Também já falei muito sobre empreendedorismo, inclusive recentemente sobre o ESG, que é a nova tendência global das empresas.
Porém existe uma outra revolução, sobre a qual gostaria de falar hoje, que está acontecendo na medicina, o uso do Canabidiol.
Primeiro precisamos explicar e desmistificar algumas coisas, pois existe um grande preconceito e até uma associação ao uso de droga, conhecida como maconha. Mas, por que existe essa associação? Vamos por partes:
O que é Cannabis?
Cannabis é um gênero de plantas originárias da Ásia, que ficou mais conhecida popularmente como a planta da maconha, porém na realidade a partir da Cannabis Sativa derivam outras plantas. Além da maconha (Cannabis sativa subespécie sativa), temos também o cânhamo (Cannabis sativa subespécie ruderalis). Dessas plantas é possível extrair o Tetrahidrocanabinol (THC) e o Canabidiol (CDB).
O que é THC?
O THC é a abreviação de Tetrahidrocanabinol, esse é o componente que popularmente as pessoas que fumam maconha conhecem como “brisa”, é responsável pelos efeitos psicoativos, neuro tóxicos, geralmente causando um estupor e em alguns casos alucinações. Essa seria a parte negativa da planta.
O que é CDB ?
Se temos um vilão, temos que ter um herói, o Canabidiol ou CDB tem sido usado com sucesso no tratamento de muitas doenças como ansiedade, Parkinson, Alzheimer e dor crônica. Porém, no mundo todo tem se descoberto cada vez mais usos para essa substância com uma alta taxa de sucesso, antes em doenças que não tinham remédios ou tratamentos eficazes. Muitos profissionais da saúde já estão buscando conhecer os benefícios de receitar a seus pacientes o CDB.
Mas como um tratamento que tem sido revolucionário ainda não está disponível em grande escala? Como dito anteriormente, a Cannabis ainda é muito associada à planta da maconha, que hoje é uma droga ilícita no Brasil. Se faz uma associação ao uso desse componente a uma pessoa viciada ou ao fato de querer a liberação do uso de qualquer droga. Porém isso não é verdade, a forma de uso da droga de forma recreativa e de forma medicinal, são completamente diferentes.
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Aos poucos esse preconceito com a substância vem diminuindo. Em outros países o uso já está bem mais regulamentado e em muitos lugares liberado como qualquer outro medicamento. A própria ONU, em dezembro de 2020, reclassificou a cannabis, retirando a planta e a resina do anexo IV da Convenção sobre Drogas de 1961, reservado aos entorpecentes mais perigosos. Com isso, a ONU passou a reconhecer a importância do uso medicinal e de pesquisa da cannabis.
No Brasil, para se ter acesso ao medicamento, o paciente precisa conseguir esse direito na Justiça. Porém, neste ano São Paulo saiu na frente e deu o exemplo. A Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) em dezembro de 2022, após três anos de debates intensos, aprovou a Lei que foi sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas em janeiro deste ano.
A lei prevê a distribuição de produtos à base de canabidiol (CBD) e suas substâncias derivadas da Cannabis no SUS (Sistema Único de Saúde). Com isso, SP passa a ser o primeiro estado a fornecer o medicamento sem custo, por meio do SUS, desde que o paciente tenha a indicação médica.
O senado através da PL 89/2023 (Autor: Senador Paulo Paim) prevê:
“Institui a Política Nacional de Fornecimento Gratuito de Medicamentos Formulados de Derivado Vegetal à Base de Canabidiol, em associação com outras substâncias canabinoides, incluindo o tetrahidrocanabinol, nas unidades de saúde públicas e privadas conveniadas ao Sistema Único de Saúde – SUS”.
Isso mostra que o Brasil está empenhado em discutir o tema e, possivelmente, logo teremos uma regulamentação.
É uma porta muito importante que se abre para muitos investimentos no Brasil, um exemplo é a Marbos Medicinais, um conglomerado de empresas focadas em soluções medicinais de vários segmentos e que apostam no Brasil e nesse novo mercado.
Eles atuam tanto na área da saúde humana quanto animal e oferecem um centro de desenvolvimento científico com formação para Médicos e profissionais da área da saúde para prescrição de Canabidiol, além de fabricante e distribuidora de Produtos à base de cannabis para uso humano e de animais. Caso você queira conhecer mais sobre o trabalho deles, podem acessar o site neste link.
Você, que trabalha na área da saúde ou é empreendedor, fique atento, pois estamos vivendo um momento de mudança na área da saúde. Aqueles que tiveram o conhecimento, ou investirem no início dessa mudança, sairão na frente. Deixe os preconceitos de lado e pesquise mais sobre o assunto; muitas pessoas podem ser beneficiadas pelo tratamento.
São impressionantes os relatos de pacientes que sofriam com dores crônicas e voltaram a ter qualidade de vida, bem como a melhora no aprendizado de crianças com TDAH, melhora no desenvolvimento de crianças com autismo, episódios epiléticos, tudo isso é possível com esse tipo de tratamento. Isso é apenas alguns dos exemplos que você vê em inúmeras reportagens no Brasil e no mundo de pessoas que deixaram seus preconceitos de lado para adotar esse tratamento que está revolucionando a medicina moderna.
E lembre-se: “A diferença entre o remédio e o veneno é a dose”.
Lilian Primo é CEO e cofundadora da Mobye Mobilidade Eletrica. Executiva de Tecnologia, VP do Conselho Consultivo do Instituto Êxito Latino Americano de Empreendedorismo e Inovação e VP de TI na ANEFAC e Colunista na Nova Brasil FM.
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