Cammila Yochabell, CEO e fundadora da Jobecam, conta que é formada em Petróleo e Gás, mas não conseguiu emprego na área e viu a oportunidade de atuar com recursos humanos, que inicialmente não lhe agradou. “Eu queria trabalhar na minha área, mas ela é majoritariamente masculina, o que tornou tudo muito mais difícil. Então, acabei trabalhando com RH contra a minha vontade, mas isso se tornou a melhor coisa que já aconteceu na minha vida”, comenta.
Como uma mulher nordestina e casada com um homem negro, Cammila diz que entende bem o quão difícil é passar por um processo seletivo devido às suas qualidades, pois os recrutadores ainda possuem preconceitos pré-estabelecidos, mesmo que inconscientemente.
Percebendo esse problema que precisava ser solucionado dentro do sistema de contratação, Cammila decidiu criar uma plataforma que permitisse que os contratantes e as pessoas contratadas se concentrassem apenas no que era falado e nas habilidades que a pessoa precisa ter para ser contratada. Foi assim que em 2016 nasceu a Jobecam.
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Contratação às cegas: como funciona a plataforma da Jobecam
A plataforma da Jobecam funciona da seguinte forma: a empresa contratante recebe os currículos cadastrados na plataforma e, em seguida, o candidato é chamado para uma entrevista por vídeo. Durante a entrevista, as informações do candidato são ocultadas, e o mesmo é representado por um avatar, assim como a pessoa contratante. Durante a entrevista, além da imagem ocultada, a voz de ambos os participantes da entrevista é modificada. Em resumo, trata-se de uma contratação completamente às cegas, na qual o recrutador só tem acesso ao básico.
“Fazemos todo esse processo porque tudo pode ser motivo de preconceito inconsciente, inclusive a voz da pessoa. Por exemplo, meu cunhado tem a voz um pouco mais fina e, na hora de fazer uma entrevista, ele precisa engrossá-la, e isso não deveria acontecer. Mas sabemos que as empresas têm um pré-julgamento estabelecido contra mulheres, pessoas negras, comunidade LGBTQIAP+, entre outros”, comenta Cammila.
A startup ficou conhecida como o “The Voice” dos recursos humanos e já apoiou a seleção de mais de 300 mil candidatos. Além disso, a Jobecam conquistou o Selo de Direitos Humanos e Diversidade pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo (SMDHC) e participou do Fórum Global de Inclusão 2022, sendo a única HRTech brasileira a representar o país. Segundo Cammila, a plataforma aumenta em cerca de 70% a diversidade nas contratações e otimiza o processo em mais de 80%, economizando tempo e dinheiro tanto para os candidatos quanto para os recrutadores.
Expansão pela América Latina: os próximos passos da Jobecam
A equipe da Jobecam é composta por 15 pessoas, e a startup está presente em todas as regiões do Brasil. Além disso, a empresa possui mais de mil empresas cadastradas na plataforma e cerca de 30 grandes empresas como clientes, incluindo Bradesco e Magazine Luiza.
Em março de 2023, a startup recebeu um investimento de aproximadamente R$ 4 milhões, liderado pelos economistas Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central) e Daniel Gleizer. Agora, a startup está com uma rodada de investimentos em aberto e, junto com o valor recebido anteriormente, pretende alcançar a faixa de R$ 6 milhões em investimentos.
Além de atender todas as regiões do Brasil, a Jobecam também está presente em algumas regiões da América Latina e nos EUA. “Estamos estudando o mercado norte-americano com cautela para poder entrar na região e fazer negócios lá. Mais especificamente, estamos participando de um programa de aceleração em Chicago”, comenta Cammila.
Os próximos passos da empresa incluem finalizar a rodada de investimento, consolidar ainda mais sua presença na América Latina e expandir para todas as regiões desta parte do continente. Além disso, a Jobecam deseja estabelecer-se como a principal startup de recursos humanos focada em contratação diversificada, buscando maior presença também nos EUA.
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