* Por Marcelo Wolowski
Desde que a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil, estamos vivendo a pior crise da década no âmbito da saúde. À medida que a quarentena e o isolamento social vão se prorrogando e tensões políticas se intensificam, a bolsa de valores e o mercado financeiro sofrem impactos que atingem a vida de milhares de pessoas. Apesar da incerteza dos próximos dias, há um setor na economia que pode proporcionar ganho de capital a médio e longo prazo, inclusive em momentos de crise: os fundos de venture capital.
Ainda que a gente não consiga prever quais serão todas as consequências trazidas pela covid-19 no país e no mundo afora, investir em scale-ups e pisar no acelerador é um bom caminho para quem pensa em driblar o atual cenário. Isso porque, quando falamos em scale-ups, automaticamente pensamos nas empresas que conseguem se sustentar e que têm dinheiro em caixa suficiente para sobreviver em meio a situações difíceis. Em outras palavras, apostar em startups desse nível é opção para quem quer segurança e menos risco.
Segundo o estudo ‘Venture Pulso’, elaborado pela empresa global de auditoria e consultoria KPMG, que analisa as tendências mundiais do mercado de venture capital, os investimentos no segmento chegaram a R$ 2,2 bilhões no Brasil no quarto trimestre de 2019, beneficiando principalmente as fintechs, startups do setor financeiro que tiveram forte crescimento. No pós-crise, imagino que as áreas de destaque serão: tecnologia da comunicação, educação a distância, logística de delivery, telemedicina e e-commerces, com aplicações ainda maiores.
Podemos observar que investimentos de venture capital em épocas de crise tendem a proporcionar bons retornos. Em 2008, por exemplo, apareceram negócios inovadores e altamente rentáveis. Na época, enquanto o PIB mundial caia 5,2%, a indústria de VC rentabilizava investimentos em 10% ao ano. Em 2009 chegou a 15%. A realidade é que as scale-ups estão desconectadas da economia real e crescem com índices totalmente sem relação com a economia tradicional.
Levando em consideração que a taxa de juros no país está baixa e o mercado de capitais passa por um período de instabilidade em outros produtos financeiros, o venture capital acaba se tornando uma opção real de diversificação dos investidores. Um novo fundo de investimento será lançado no segundo semestre desse ano para investidores interessados em aplicar capital em scale-ups que se encontram no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, estados que possuem os melhores índices de educação, empreendedorismo, inovação, ciência e tecnologia se comparados às demais localidades do território nacional.
Tenho comigo a visão de que apostar em um fundo não é somente agregar valor com dinheiro, mas também fortalecer a construção e manutenção de um portfólio de cases de sucesso. É verdade que a concentração de fundos de investimento fica no eixo São Paulo – Belo Horizonte, mas o Brasil é muito mais extenso do que isso. E os investidores que tiverem boa percepção vão se encantar pelo potencial dos estados sulistas. Me coloco à disposição para apresentar as vantagens e os benefícios de quem investe aqui.
* Marcelo Wolowski é CEO e cofundador da Invisto, um dos maiores hub de investimento em venture capital da região Sul do Brasil.