O primeiro trimestre de 2022 se encerra com um cenário positivo para as startups brasileiras. Considerando os três primeiros meses do ano, o ecossistema soma US$ 2,04 bilhões aportados em 167 transações, alta de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o volume captado foi de US$ 1,96 bilhão em 200 deals.
Só em março, as empresas de tecnologia do Brasil levantaram US$ 462 milhões ao longo de 70 rodadas de investimento – no mesmo mês de 2021, o montante foi de US$ 958 milhões, em 81 rodadas, segundo o Inside Venture Capital, produzido pela plataforma de transformação digital Distrito, em parceria com o Bexs Banco, pioneiro em soluções digitais de câmbio.
Para Gustavo Gierun, CEO do Distrito, os resultados atestam o amadurecimento do mercado de inovação do Brasil. “Acreditamos que 2022 vai apresentar volumes de investimentos semelhantes ou maiores que os do ano passado. Apesar de o primeiro trimestre ter tido menos transações, o ticket médio dos aportes está aumentando. A maior competitividade e a entrada de fundos estrangeiros ajudam a explicar esse cenário”, diz.
Setores mais aquecidos
Diferentemente dos últimos meses, em que as fintechs lideraram os aportes, desta vez foram as retailtechs que somaram os maiores cheques em março. Ao todo, as startups de varejo receberam US$ 163,37 milhões. Já as fintechs, em segundo lugar, levantaram US$ 142,06 milhões.
Entre as principais captações do mês estão o investimento na plataforma de benefícios corporativos Flash, que levantou uma rodada Series C de US$ 100 milhões, o Distrito aponta que o mercado de HRtech e benefícios corporativos está muito em alta em 2022. O segundo aporte destaque foi no ecossistema de inovação Latitud, que recebeu uma rodada Seed de US$ 11,5 milhões.
“É interessante que essa nova safra de empresas é criadas por empreendedores que já tiveram startups anteriores de sucesso. O mercado costuma investir mais e receber bem essas novas empreitadas de founders de sucesso, isso é importante para retroalimentar o próprio ecossistema de startups, então os cases de sucesso geram exits para founders, que costumam investir em fundos, que costumam ser investidores anjos e que em algum momento também usam esse conhecimento acumulado para criar novos negócios”, explica o CEO do Distrito.
Setores mais aquecidos para M&A
Quanto a fusões e aquisições, foram fechados 26 acordos em março. “Dentro do cenário desafiador que o Brasil e o mundo se encontra, o mercado de M&As continua super líquido e super ativo, mostrando números bastante consistentes”, destaca Gierun.
Os destaques foram a compra do aplicativo de condomínios NokNox pelo QuintoAndar e para a aquisição da plataforma de exchanges Wuzu pela 2TM, controladora do Mercado Bitcoin. As líderes em fusões e aquisições no mês foram as fintechs, seguidas pelas edtechs, que ganham cada vez mais espaço no mercado brasileiro com soluções tecnológicas para a área de educação. Assim, o total de M&As de 2022 chega a 61 deals – o número ficou estável em relação ao primeiro trimestre de 2021, que teve 60 acordos firmados.
“Os números de fusões e aquisições no país são consistentes mesmo com os desafios macroeconômicos globais”, afirma Gierun. “Uma tendência que tem chamado muito a atenção são empresas de tecnologia comprando outras empresas de tecnologia. Com a área de pessoas cada vez mais competitiva, a aquisição de empresas tem sido uma estratégia cada vez mais utilizada para conseguir times que se destacam e já trabalham bem juntos”, conclui.
Quer acompanhar de perto todos os investimentos no ecossistema de startups? Siga as redes sociais Startupi e acesse nosso ranking de investimentos do mês.