*Por Adriana Queiroz
Muitos empreendedores, ou como gostam de se chamar, os “startupeiros” costumam investir tempo e energia no pitch, mas esquecem que o verdadeiro processo de decisão do investidor acontece nos bastidores, com base em dados, estrutura e governança. Uma boa ideia sem sustentação técnica pode até empolgar no palco, mas dificilmente segura um cheque.
Um dos primeiros pontos de atenção está no cap table. Um quadro societário desequilibrado, com diluição excessiva nas fases iniciais ou ausência de cláusulas como vesting e cliff, compromete a atratividade do negócio nas próximas rodadas. Investidores avaliam não só quem está dentro, mas também se esse arranjo é sustentável ao longo do tempo.
Outro aspecto crítico é a baixa compreensão de métricas essenciais: CAC, LTV, churn e burn rate são indicadores básicos de saúde e escalabilidade. Sem domínio desses números, o investidor percebe falta de controle e risco elevado. Há ainda o erro recorrente de buscar capital em venture capitals antes de atingir o Product-Market Fit (PMF). Sem validação real do mercado, o investimento pode alimentar um produto sem aderência, o que eleva significativamente o risco da aposta.
Por fim, o discurso desalinhado com a operação excesso de projeções, subestimação da concorrência ou promessas vagas compromete a credibilidade. Investidores sérios valorizam clareza, consistência e preparo. Como contadora e investidora, já vi negócios promissores ficarem pelo caminho por falta de preparo na captação. Ao buscar investimento, uma empresa deve ser capaz de demonstrar modelo de negócio sólido, domínio sobre os indicadores-chave, números consistentes e capacidade de execução com estratégia. No fim, é isso que transforma intenção em capital.
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