* Por Henrique Volpi
Segundo dados de 2021 da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o Brasil tem 12,7 mil startups, 27% de crescimento em comparação a 2018. Um aumento vertiginoso de 20 vezes quando se compara às 600 empresas registradas em 2011, ano de criação da entidade.
E não há sinais de que esse crescimento vai desacelerar. Empresas que deixaram as incubadoras de universidades, empresas e escritórios improvisados, cada vez mais estão no dia a dia dos consumidores, simplesmente é impossível imaginar o dia a dia sem elas.
O ano passado realmente foi inesquecível para quem está à frente desse tipo de negócio. O Relatório 2021 Wrapped Brazilian Startups apontou que foram mais de 100 mil pessoas contratadas. E um aumento de 200% de investimentos aportados, levando 10 negócios a atingirem a marca de unicórnios.
Mas nem tudo são flores nesse mercado. A pesquisa “The Top 12 Reasons Why Startups Fail”, da CB Insights, mostrou que apenas 10% das startups sobrevivem. E 70% encerra as atividades entre dois e cinco anos de existência.
Empreender no Brasil não é fácil. E na realidade acelerada que vivemos, a inovação é a chave para a sobrevivência e o crescimento das startups. E esse conceito significa muito mais do que desenvolver a próxima ideia revolucionária: é fundamental para a resolução de problemas, aumento da produtividade e estar um passo à frente da concorrência.
Todos os dias nascem novas startups. E você se surpreenderia ao saber quantas empresas conseguem estabelecer um nicho ou adquirir participação de mercado por meio de uma nova tecnologia. Mas acabam incapazes de manter sua vantagem simplesmente porque não conseguiram acompanhar o ritmo da inovação do mercado.
Manter seus olhos e ouvidos abertos quanto ao que acontece ao seu redor no mercado e estabelecer um controle sobre o que seus concorrentes e novos players fazem. O segredo é fazer a mesma pergunta, todos os dias: O que vem a seguir?
Se gigantes muito bem estabelecidos como a Kodak, Blockbuster e o Yahoo! foram do céu ao inferno por continuarem confortáveis em seus pedestais e não enxergarem o futuro, muito mais pode ser dito sobre os perigos que rondam uma startup.
Desgastes e falta de paixão, erros no processo de pivotação, produtos ou serviços que não vão de encontro às necessidades dos clientes ou erram no preço são apenas alguns dos exemplos.
A cultura da inovação não é um milagre, mas sim algo que precisa fazer parte do DNA da empresa.
Um exemplo perfeito é a Uber. Depois de revolucionar o conceito de transportes, a empresa apresentou novidades no exterior. Corridas com carros elétricos (incentivando que os motoristas aluguem carros da Tesla) e reservas de ônibus para viagens e eventos são alguns dos novos serviços.
A Ara, startup norte-americana, criou um dispositivo especial para ajudar deficientes visuais a se guiarem. Ao usar a mesma tecnologia de carros autônomos, guia os usuários a se desviar de obstáculos. Uma inovação imensa para as mais de 253 milhões de pessoas cegas ou com deficiência visual.
Aqui no Brasil um exemplo bem interessante é a YOURS Bank, uma conta digital para crianças e adolescentes. Com mais de 100 mil usuários, a fintech dobra de tamanho a cada dois meses. A plataforma é feita para pessoas jovens e, além de serviços como cartão de crédito e PIX, oferece ferramentas de aprendizado bancário e gerenciamento de tarefas.
E por que não falar de NFTs, uma das grandes sensações atuais? A Kakau, nossa plataforma digital de seguros liga e desliga, acabou de lançar uma iniciativa inovadora e única no mundo das insurtechs. Os novos clientes que assinarem qualquer um dos seguros vão ganhar um NFT exclusivo da Anna, a assistente virtual da Kakau.
Foi a maneira que encontramos para reconhecer a fidelidade da escolha de cada cliente. Essa inovação também inclui a disponibilização do certificado da apólice no formato de token não fungível.
Como deu para perceber, ter ideias inovadoras é essencial para manter uma startup de sucesso. O que você fará para garantir a continuidade da sua empresa no futuro?
Henrique Volpi é sócio-fundador da Kakau Seguros, formado em Administração pela PUC-SP, com especializações em fintech pelo MIT e em liderança do futuro pela Singularity University. Trabalhou em empresas como BMC, EMC Dell e Servicenow. Foi coautor do livro “The INSURTECH Book: The Insurance Technology Handbook for Investors, Entrepreneurs and FinTECH Visionaries”.