* Por Flávia Pini
Dados, dados e mais dados. Hoje não há gestão eficiente no varejo sem passar pela análise desses “ativos”. Seja qual for a empresa, quem não tomar decisões baseadas nas mais variadas informações que se consegue extrair da própria operação e sobre os clientes, está fadada ao fracasso.
Não há mais espaço para o achismo no dia a dia dos negócios – premissa válida tanto para os grandes quanto para os pequenos empreendedores. Contudo, não basta apenas obter grande quantidade de dados por meio de soluções tecnológicas e contentar-se. Há um longo caminho a ser percorrido para que se transforme em medidas adequadas ao contexto e aos objetivos de cada organização.
Etapa 1 – a informação
O primeiro passo, claro, é compreender o conceito de informação. Entre tantos significados existentes para essa expressão, podemos concluir que se trata de “um conjunto de dados o qual traz referências e conhecimento sobre determinado assunto ou tópico”. É a matéria-prima para qualquer transformação na sociedade, das simples às complexas. Afinal, tudo começa com uma nova informação a respeito de algo.
No caso do varejo, as informações disponíveis permitem desenvolver maior conhecimento sobre seus clientes, por exemplo. Saber o que eles compram e buscam em diferentes situações, o tempo de permanência na loja, se são também clientes do online, quanto gastam, entre outros elementos, ajuda a traçar um perfil mais completo desse consumidor. Já existem tecnologias que podem, inclusive, coletar dados “omni” para, por fim, conhecer a jornada do usuário e saber todos os “touch points” dele com a marca.
Etapa 2 – o insight
Ok, as informações estão disponíveis, mas o que fazer com elas? Esse é um dos erros comuns ao iniciar o processo de transformação digital nas empresas. Quantidade de dados nem sempre significa qualidade – e o que deveria agilizar a tomada de decisão apenas a burocratiza mais, pois é preciso haver organização, sinergia e dinamismo tanto no input quanto no output.
O insight, ou o famoso “estalo” não acontece involuntariamente – é preciso partir obrigatoriamente da correlação de diferentes elementos disponíveis. Portanto, quanto maior a base e mais fácil o acesso a ela, mais precisos, ágeis e potentes serão os direcionamentos sobre o que deve ser feito.
Etapa 3 – a inteligência
Muitos terminam aí, satisfeitos em reduzir, mas ainda não excluir, intuição por inovação: coleta em curso, dados organizados e disponíveis e, logo, insights sobre tomadas de decisão. Parece ser tudo, certo? Quase! Até aqui os caminhos foram abertos, mas é preciso executar.
E ser inteligente não significa só ter mais conhecimento. Na verdade, é a habilidade de compreender, resolver e se adaptar diante de novos problemas. É um ciclo vivo e de melhoria constante. A inteligência do cérebro, por exemplo, tem a capacidade de ser moldada e remodelada. Fato descoberto recentemente, já que até então acreditava-se que a retenção na memória ocorria de forma estática.
E da mesma forma acontece com a inteligência a ser “aplicada” nos negócios através de tecnologia – os dados são dinâmicos e cada vez que enriquecidos com novas informações e experiências, empoderam qualquer estratégia. Por isso, crie gatilhos que possam sistematizar as suas tomadas de decisão para garantir escalabilidade, velocidade e precisão. Só assim será possível permanecer e vencer este novo caminho, cheio de novos desafios, mas também de muitas oportunidades.
Flávia Pini é CEO da FX Data Intelligence, empresa que oferece inteligência para o varejo por meio de visão computacional e inteligência artificial.