*Por João Victorino
Com o advento da internet, cada vez mais novas tecnologias surgem e passam a dominar os espaços virtuais, gerando grande influência na nossa realidade. A inteligência artificial (IA) vem passando por um processo de evolução constante. No Brasil, a IA é alvo de holofotes e debates sobre seu uso nos mais diversos setores. Por isso a importância da discussão sobre regulamentação, a fim de promover transparência para que as pessoas possam utilizar os recursos da ferramenta de forma segura.
A KPMG e a Universidade de Queensland, na Austrália, realizaram o estudo global Trust in Artificial Intelligence, onde a confiança do público de 17 países no uso da IA foi analisada. Cerca de 66% dos brasileiros se preocupam com questões de segurança cibernética, 63% com manipulação e 57% com substituição da mão de obra humana. No entanto, para 84% dos entrevistados, a inteligência artificial é confiável, o que demonstra que apesar do receio, as pessoas estão dispostas a dar uma chance.
Diante deste cenário, é provável que surja um interesse de parte da população pelo uso da IA nas finanças pessoais, o que é totalmente possível e cada vez mais comum. A inteligência artificial pode ser uma ferramenta valiosa para ajudar indivíduos a gerenciar suas finanças de forma mais eficaz e tomar decisões financeiras bem informadas.
Por essa razão, elenquei dez maneiras pelas quais a IA pode ser aplicada nas finanças pessoais:
- Assistentes virtuais financeiros: chatbots e assistentes virtuais alimentados por IA podem responder a perguntas financeiras, rastrear despesas, e lembrar os usuários de datas de vencimento de contas.
- Análise de gastos: a IA pode categorizar automaticamente despesas com base em transações financeiras, ajudando os usuários a entender onde estão gastando seu dinheiro e identificar áreas para economizar.
- Projeção financeira: algoritmos de IA podem prever gastos futuros com base em padrões passados, ajudando usuários a planejar melhor as finanças e evitar surpresas desagradáveis.
- Investimento automatizado: robôs de investimento usam IA para criar e gerenciar portfólios de investimento com base nos objetivos e tolerância ao risco do usuário.
- Detecção de fraudes: a IA pode monitorar atividades financeiras em busca de ações suspeitas e ajudar a detectar fraudes de cartão de crédito ou contas bancárias.
- Recomendações de economia: com base no histórico financeiro do usuário, a IA pode oferecer recomendações personalizadas para economizar dinheiro de forma mais eficaz.
- Gerenciamento de dívidas: a IA pode ajudar a criar planos de pagamento de dívidas personalizados, sugerindo estratégias para quitar empréstimos mais rapidamente.
- Análise de crédito: para empréstimos e hipotecas, a IA pode analisar rapidamente o histórico de crédito do indivíduo e determinar a elegibilidade e os termos mais apropriados.
- Aplicativos de economia: muitos aplicativos móveis e serviços online incorporam recursos de IA para ajudar os usuários a melhorar suas finanças pessoais.
- Potencializando o aprendizado na área: a IA pode auxiliar sistemas de tutoria inteligente, chatbots educacionais, plataformas de aprendizado personalizadas, reconhecimento de fala e texto, etc.
Podemos observar que a inteligência artificial é capaz de trazer vantagens e benefícios, especialmente quando aplicada nas finanças pessoais, sendo uma ferramenta capaz de fornecer assistência e insights valiosos. Por outro lado, não substitui o julgamento humano. A educação financeira continua sendo extremamente essencial para a tomada de decisões bem fundamentadas.
Por exemplo, nas negociações de valores mobiliários, pode-se chegar ao ponto em que a volatilidade média dos ativos (uma medida econômica que indica a frequência e intensidade das mudanças no valor de um ativo em um período específico) caia a patamares nunca antes vistos caso a IA preveja todos os cenários econômicos prováveis com exatidão.
No entanto, alguns eventos imponderáveis como desastres naturais, renúncias de políticos e atentados terroristas ainda poderão ser motivo de movimentações bruscas de preços. No final do dia, serão os seres humanos que vão tomar as decisões mais importantes quando o assunto é a alocação de recursos (próprios e de terceiros).
A inteligência artificial pode muito bem automatizar processos, alertar para aparecimento de vieses comportamentais e indicar melhores oportunidades com base em uma quantidade cada vez maior de padrões pré-determinados, mas quem aperta o botão, ou seja, que dá a palavra final, somos nós.
Porém, é importante ter bastante cuidado com a segurança dos dados pessoais ao usar aplicativos e serviços financeiros baseados em IA e garantir que estejam em conformidade com as regulamentações de privacidade de dados.
*João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais
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