* Por Marcos Boysen
As startups têm mudado o panorama de diversos setores nos últimos anos. Com novas tecnologias e soluções práticas e baratas, os mercados tradicionais passaram a ficar ultrapassados de forma acelerada, principalmente na área de saúde, com as healthtechs. Um dos grandes expoentes desse cenário é o segmento odontológico, no qual as healthtechs trazem recursos disruptivos e solucionam algumas dores habituais, tanto para os próprios profissionais quanto para os pacientes.
Embora ainda existam poucas empresas desse grupo no Brasil, sendo as mais fortes aquelas que desenvolvem softwares para facilitar a rotina de operações dos dentistas, a movimentação trazida por essas companhias já produzem uma mudança de ares, pois, graças à evolução tecnológica, o que anteriormente era analógico agora se tornou digital.
E antes que haja qualquer desconfiança sobre o caso, vamos provar com um exemplo prático como essa transição está acontecendo : o scanner 3D. A chegada da ferramenta permitiu diagnósticos mais detalhados e rápidos, em que os processos de reprodução da arcada dentária podem ser feitos totalmente pelo computador. Ainda podemos citar o efeito causado pelos alinhadores transparentes, que estão se difundindo cada vez mais pelo país e têm potencial para substituir 70% do mercado odontológico de brackets. Nesse segmento, o venture capital foi alavancado por um caso de sucesso muito conhecido nos Estados Unidos, a Smile Direct Club. A empresa recebeu um aporte gigantesco de fundos para essa esfera de negócios e, desde então, a categoria passou a ser mais atrativa para as grandes corporações.
Afinal, como poderia ser diferente? Primeiramente, por estarmos falando de uma adaptação no tratamento ortodôntico que é extremamente estética; são aparelhos modernos e que permitem uma precisão maior no processo de alinhamento dentário, que para muitas pessoas pode ser uma maneira de enfrentar um grande obstáculo social. E, mais do que tudo, é um modelo que surgiu com uma lógica de vendas muito atualizada. Geralmente, as healthtechs vendem diretamente para o consumidor, decisão que traz inúmeras vantagens.
Uma delas é o preço, que passa a ser mais transparente por ser delimitado. Praticamente não há variáveis na trajetória financeira do paciente, ou mesmo em relação a outros quesitos. Com isso, a pessoa que realiza o tratamento não é apenas mais um número para aquela companhia, mas um indivíduo que merece um atendimento personalizado.
Desde o começo do procedimento odontológico até o final, o paciente recebe todas as informações com clareza, sem ter surpresas no meio do caminho. A partir dessa estrutura, o tempo a se tratar e os resultados também se tornam previsíveis. Em média, as healthtechs do setor conseguem oferecer tratamentos que são finalizados em um terço do período que o mercado tradicional levaria para solucionar.
Vale ressaltar que as ferramentas tecnológicas que proporcionam esta característica de previsibilidade não podem ser operadas por qualquer pessoa. Assim, a gama de dentistas e outros profissionais de qualidade da área é certeira. Inclusive, a presença desses parceiros é fundamental para possíveis percalços que os tratamentos exigem.
Em termos de amparo, ter um serviço robusto como esse não só assiste o paciente em um sentido prático, mas também psicológico. O indivíduo não se sente bloqueado em procurar a empresa caso sinta algum tipo de insegurança, justamente por saber que do outro lado há uma equipe de prontidão para ajudá-lo da forma que for necessária. Além disso, ele faz esse contato sem burocracias; a velha ligação demorada para marcar uma consulta foi substituída por poucos cliques em aplicativos.
Portanto, a experiência fornecida pelas healthtechs do setor odontológico é um avanço no setor no qual o mercado não pode fechar os olhos. É uma realidade, que por meio da tecnologia e do serviço de qualidade otimiza atendimentos e sorrisos nos rostos dos brasileiros. Há companhias da área que chegam a avaliar cerca de 30 mil casos por ano com essa lógica de negócios. Essa movimentação no mercado faz com que muitos profissionais do ramo odontológico abracem essa tendência, assim como pacientes que buscam por tratamentos com transparência ao longo da jornada.
*Marcos Boysen é CEO e fundador da Smilink