* Por Carlos Eduardo Rebonato
A pandemia do coronavírus colocou boa parte dos colaboradores em home office, o que tornou o envio de equipamentos como notebooks, desktops e celulares uma das premissas para manter as atividades e garantir eficiência dos negócios. Foi neste cenário que ganhou ainda mais força o conceito de Hardware as a Service (HaaS), que prevê a centralização dos processos de aquisição, manutenção, suporte e descarte ecológico nas mãos de um parceiro.
Embora muitos confundam o HaaS com a locação de equipamentos, ele é muito mais abrangente e revoluciona o parque de máquinas das empresas, uma vez que libera o cliente de investir grande volume de seu capital na compra de equipamentos que, após algum tempo, podem se tornar obsoletos. Além de evitar a burocracia que envolve a aquisição de ativos, delegar o Hardware as a Service para uma empresa terceirizada de confiança traz outras vantagens, como a inclusão de uma camada de serviços robusta, que funciona como um Plug & Play, com várias tecnologias e serviços, de acordo com a necessidade do cliente.
Assim, a empresa pode se concentrar na estratégia de seu negócio, enquanto o parceiro desenha o melhor projeto para atender as demandas do cliente e cuida de todo processo de aquisição, logística, treinamento, manutenção, suporte e atualização das soluções. Dependendo do parceiro, é possível realizar o processo de ponta a ponta, de maneira modular e integrada, incluindo uma série de serviços como chatbot, data center, soluções de hosting, colocation, hiperconvergência, segurança e CX. Com esta visão, o HaaS passa a ser muito mais um Wokplace as a Service.
O HAAS funciona da seguinte forma: a empresa contratada fica com a responsabilidade de gerir todo o ciclo de vida do equipamento, desde a instalação até o descarte adequado, deixando os gerentes de TI e suas equipes mais focados em buscar soluções voltadas ao core business da empresa, aproximando TI das áreas de negócios.
Quais equipamentos podem ser colocados no HaaS?
Embora seja uma das principais dúvidas dos clientes, a resposta é simples: todos os equipamentos – impressoras, celulares, notebooks, desktops, servidores, entre outros – podem ser integrados ao HaaS, justamente por ser um modelo adaptável e flexível.
Para quem ainda tem dúvidas sobre as vantagens do Hardware as a Service, seguem as principais:
– Mais facilidade na previsão de gastos da empresa com equipamentos e manutenção, já que é um pacote fechado. Com o HaaS, as empresas podem alocar seus recursos em áreas que mais necessitam, calcular o retorno financeiro de maneira precisa, uma vez que as estratégias de negócios são alinhadas em conjunto com a empresa contratada, e reduzir custos .
– Alinhamento com as últimas novidades do mercado. Ao fechar parceria com uma prestadora de HaaS, ela ficará responsável por todas as atualizações necessárias.
– Escalabilidade é outro grande benefício do modelo de Hardware as a Service, pois acompanha o crescimento dos negócios e permite que a escalada tecnológica aconteça de forma ágil e eficaz.
– O ganho de produtividade certamente está entre as vantagens da contratação do HAAS. As empresas não precisam se preocupar com o tempo de espera para manutenção dos equipamentos, pois essa responsabilidade fica sob a responsabilidade da contratada, que garante uma troca mais rápida e eficiente dos equipamentos que apresentam defeito.
– E o grande diferencial: o descarte ecológico, que é uma preocupação recorrente das empresas. Com o modelo HaaS, os gerentes de TI têm todo o suporte para resolver esta questão por meio do Trade In acoplado à camada de serviços. A empresa contratada tem o dever de garantir o descarte da maneira correta, envolvendo empresas certificadas.
A tendência é que o modelo de SaaS ganhe mais espaço na era da hiperconectividade. Em breve, a compra de um bem não existirá sem a contratação dos serviços, assim como já acontece quando adquirimos um smartphone por meio de pacotes oferecidos pelas operadoras. Um bem sem serviço não passa de um bem, ao passo que um bem com serviços se torna mais vantajoso, a longo prazo, por oferecer valor, custo-benefício e flexibilidade para mudar a qualquer momento.
* Carlos Eduardo Rebonato, é gerente de Negócios no Grupo Stefanini.