* Por Pedro Signorelli
Tendo em mente que o fim do ano está próximo, e com ele o momento de estruturar os planos para construir uma gestão de forma robusta os primeiros meses de 2023 é importante analisar o que deu certo e o que não deu. Dados mais recentes do Ministério da Economia mostram que o país abriga mais de 19 milhões de companhias, um número significativo, porém outro apontamento do mesmo relatório, traz um resultado indigesto: só nos primeiros quatro meses deste ano foram fechadas 541.884 empresas.
Para não entrar nessa estatística, você precisa olhar para os desejos acordados no início do ciclo e avaliar o quão perto chegou, de que maneira foi atingido e os porquês de não ter alcançado o que almejou. Ainda, naquilo que saiu melhor do que o esperado, por que aconteceu assim, por que você não pode prever ou poderia? Não é demais dizer que um trabalho de gestão mais efetivo poderia resultar num resultado melhor para as companhias abertas ou num número menor de empresas fechadas.
Há muitos fatores que podem exigir uma mudança nos negócios, guerra e Covid, ainda estão frescos nas lembranças de todos nós gestores. Não é mais suficiente (já há muito tempo) traçar um planejamento anual, onde as interferências de um mundo globalizado são muitas e as mudanças constantes, e confiar que ele permanecerá válido, persistir nisso é caminhar a passos largos rumo ao fracasso.
Gestão e OKRs
Os OKRs (Objectives and Key Results – Objetivos e Resultados Chave) são uma poderosa ferramenta de gestão, que normalmente determinam planejamentos de três meses, com possibilidades de ajustes, e a comunicação da estratégia para toda a organização. Essa ferramenta, se aplicada de forma correta, gera alinhamento em todos os níveis hierárquicos pela clareza de direção que oferece a todos.
É preciso avaliar constantemente se aquilo que foi estabelecido como prioridade, se estende para o próximo período ou se pode ou precisa ser alterado. Há muitas oportunidades por aí, seja olhando para dentro ou para fora de sua empresa. Às vezes, vale a pena endividar-se para aproveitar uma oportunidade. Mas é preciso atenção e forte gestão da estratégia para não rasgar dinheiro.
Outro ponto essencial para o sucesso do negócio, de qualquer segmento, são os colaboradores, sem eles a estratégia não acontece, portanto, é imprescindível tê-los o mais engajado possível, compartilhando as metas, chamando-os para contribuir com a priorização, com o plano de execução, tudo isso em torno de OKRs muito bem definidos.
Organizações que usam bem os OKRs geram aprendizado pelo menos a cada ciclo, geralmente de três meses. A quantidade de pontos a melhorar são identificados quase que imediatamente, sem esperar chegar ao fim do ano para perceber essas falhas e melhorar o que pode ser melhorado.
É provável ou ao menos possível, que neste final de ano a boca do jacaré esteja bem aberta, ou seja, o que foi realizado está distante do que foi planejado e orçado. É importante gerar aprendizado por toda a organização para que os mesmos erros não sejam repetidos.
Precisamos ter em mente que falhas acontecem, mas é necessário se esforçar para que não sejam as mesmas no ano seguinte. Os desejos não atendidos são fontes ricas para definir qual sua estratégia para o próximo ciclo. Busque o que traz mais valor com menor esforço. Mas não descarte, necessariamente, coisas que demandem mais esforço, pois podem trazer benefícios de longo prazo que outras coisas de curto prazo não vão trazer.
Pedro Signorelli tem 20 anos de experiência no mercado corporativo, é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKR. Já movimentou com seus 60 projetos projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas.