O Fundo Vale, associação civil sem fins lucrativos mantida pela Vale, a Microsoft e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) lançaram oficialmente, nesta quarta-feira (04), a ferramenta PrevisIA, que antecipa informações de regiões com maior risco de desmatamento e incêndios na Amazônia por meio de Inteligência Artificial.
Com o objetivo de ajudar a proteger a floresta amazônica durante a estação de seca, a PrevisIA foi apresentada em um evento virtual que contou com a participação de Hugo Barreto, diretor de Sustentabilidade e Investimento Social da Vale; Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil; e Carlos Souza Jr., pesquisador associado do Imazon.
A ferramenta vai analisar dados como topografia, cobertura do solo, infraestrutura urbana, estradas oficiais e não oficiais e dados socioeconômicos para identificar possíveis tendências de conversão da floresta pelo desmatamento. Com os recursos de nuvem dos computadores da Microsoft Azure e com o algoritmo de IA desenvolvido pelo Imazon para detectar estradas em imagens de satélites, a solução aperfeiçoou o modelo de risco de desmatamento para identificar os diferentes tipos de territórios ameaçados pelo desmatamento na Amazônia, incluindo Terras Indígenas e Unidades de Conservação.
Para assegurar que os públicos possam ser mais beneficiados com essa solução, o Imazon planeja engajar diferentes audiências para incentivar o uso da plataforma. “O grande avanço deste projeto foi democratizar o acesso a recursos avançados de Tecnologia da Informação para facilitar o engajamento de diversos usuários na prevenção e controle do desmatamento da Amazônia”, afirmou Carlos Souza Jr, pesquisador associado do Imazon.
Segundo Patrícia Daros, diretora de Operações do Fundo Vale, o sistema tem potencial de ser usado para avaliar áreas de restauração florestal e vulnerabilidade ao fogo, ajudando a produzir dados mais concretos para arranjos de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), que poderão ser adotados pela Vale em mercados de créditos de carbono.
Há um ano e meio, a Microsoft anunciou o compromisso de ser carbono negativo, ou seja, melhorar a biodiversidade mundial. Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil, explicou que a intenção é criar um “computador planetário” para coletar dados que ajudarão a melhorar a biodiversidade, e a PrevisIA é uma das iniciativas apoiadas pela transnacional que utiliza imagens de satélite da European Space Agency para, com inteligência artificial de reconhecimento de imagem, gerar as previsões de desmatamento.
“Acreditamos que a Inteligência Artificial pode auxiliar a resolver desafios do planeta e da sociedade. A preservação do meio ambiente, sem dúvida, é um desses desafios. Como parte do nosso compromisso, assumimos a responsabilidade pela nossa pegada na Terra e há alguns anos lançamos o programa AI for Good, onde disponibilizamos US$ 165 milhões, durante o período de cinco anos, para fornecer financiamento, tecnologia e especialização para indivíduos e ONGs. As iniciativas desse projeto são divididas em cinco pilares, um deles é o AI for Earth, que, entre as ações apoiadas no Brasil, consta a parceria com o Fundo Vale e o Imazon”, destacou Tânia.