* Por Fabiano Nagamatsu
Sabemos que os startupeiros são pessoas inquietas que raramente focam em um só projeto. Como um deles, posso falar que isso faz parte da minha formação pessoal e profissional. Uma das ocupações que mais me gera retorno, em vários âmbitos, é atuar como mentor de startups. Desde 2011, já mentorei mais de 12 mil negócios inovadores e a relação é sempre proveitosa para ambos os lados.
Ultimamente a comunidade de inovação tem estado em pé de guerra sobre o tema de mentoria. Ela deve ser paga? Ela é igual à consultoria? Da minha perspectiva, não. Existem formatos diferenciados pelos quais um empreendedor pode ter acesso a mentorias de negócios: de forma mais estruturada, particular ou em grupo, por meio de programas de aceleração, por exemplo; ou então como uma conversa informal em um café.
A mentoria é uma troca de ideias com pessoas experientes. Veja – quando uso o termo “experiência”, não significa que você deve buscar anciões para ter feedback sobre suas ideias. Muito pelo contrário. Conheço pessoalmente diversos mentores de negócios jovens e excelentes. A experiência se refere ao fato de outra pessoa ter passado por certas vivências, positivas ou negativas, que a deram bagagem para estar na posição de aconselhar e talvez facilitar o caminho de outros empreendedores.
Entendo que um bom mentor é aquele que ouve mais do que fala. É aquele que provoca o empreendedor e faz as perguntas certas para demonstrar o que falta na sua ideia. Às vezes, provocamos ao ponto de sermos mal interpretados. Mas, entenda, é nossa função. Não fazemos por mal quando apontamos falhas nos planos de negócios. É justamente para ajudar a crescer.
Nesses 12 anos de mentorias, quantas vezes encontrei empreendedores que esperavam fórmulas mágicas para o sucesso! Compreendam: não existe uma. Cada negócio é diferente e é preciso saber ter resiliência e se ajustar às mudanças do mercado, que ocorrem frequentemente.
Outra situação recorrente é que o empreendedor peça para assinarmos um termo de confidencialidade antes de nos apresentar detalhes sobre sua ideia. Isso não faz sentido por um dos princípios básicos do empreendedorismo: a ideia não vale nada, o que vale é a execução. Ou seja, se essa pessoa tem tanto medo de conversar sobre sua ideia com um mentor, alguém que está ali para ajudar, como ela vai conseguir tirá-la do papel?
Empreender é um ato de coragem e resiliência. Por isso, não tenha medo de conversar, de se expôr e de pedir ajuda. Nós, mentores, estamos aqui para apoiar seu crescimento com nossas provocações e nossa rede de networking, não para roubar suas ideias.
Fabiano Nagamatsu é cofundador da Osten Moove, aceleradora indicada no Startup Awards, Conselheiro na Osten Invest e Osten Games, e Alumni e mentor de negócios no InovAtiva Brasil, maior programa de aceleração de startups da América Latina, indicado dois anos consecutivos entre os 3 mais influentes em mentoria e investimento do Startup Awards 2019, iniciativa da Abstartups, e finalista como mentor do ano em 2020, 2021 e vencedor do prêmio em 2022.
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