A Inclue é uma startup que oferece atendimento personalizado e inclusivo para pessoas com deficiência e/ ou com idade acima dos 60 anos no setor de varejo, proporcionando assim uma experiência satisfatórias para um público específico.
A ideia de criar uma startup focada em inclusão social surgiu através de uma amizade e parceria entre Sonny Pólito e Rodrigo Pires, que carregam em seu DNA uma vontade de investir e criar espaços mais inclusivos onde todos se sintam acolhidos, valorizados e representados.
Sonny conta que aos quatro anos foi diagnosticado com alta miopia e astigmatismo e, aos 10, soube que era portador de retinose pigmentar, doença genética que reduz a possibilidade de enxergar. Ele conta que foi perdendo a visão ano após ano, de forma gradativa, mas não deixou que nada atrapalhasse os seus sonhos e objetivos. Ele é formado em comunicação social e trabalhou em diversas empresas focadas em tecnologia e marketing.
Em 2016, Sonny foi convidado para liderar o movimento de pessoas com baixa visão no Brasil, por meio do Movimento da Bengala Verde. “Foi através desse projeto que eu tive mais contato com pessoas deficientes no geral, e foi muito bacana poder trocar experiências, mas ao mesmo tempo foi triste saber o quanto sofremos devido às marcas não nos enxergar como real consumidor”. Em 2019, ao participar do primeiro Startup Weekend de diversidade e inclusão, teve contato com mentores e surgiu a ideia de fundar a Inclue para tornar o varejo mais inclusivo.
Já Rodrigo Piris é de origem humilde e teve uma infância reprimida por bullying. Aos 16 anos aventurou-se em hacking de computadores. Iniciou sua carreira como programador e web designer e posteriormente se tornou analista de sistemas e arquiteto da informação no setor de e-commerce. Em 2011, criou o Movimento Queremos Ética, que foi destaque em suas campanhas digitais e passeatas contrárias à corrupção, cujas ações receberam destaque nas mídias sociais e na televisão.
Em 2021, ao observar autistas junto à Inclue, revendo sua própria história e o perfil de alguns familiares, decidiu procurar atendimento psicológico e psiquiátrico e recebeu o diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) nível 1, com altas habilidades e hiperfoco na escrita.
Como funciona a Inclue
A Inclue disponibiliza três tipos de serviços para as marcas: treinamento, sistema de atendimento e sistema de avaliação do atendimento, com o intuito de proporcionar mais acessibilidade para quem tem necessidades especiais, assim como aumentar a conscientização sobre inclusão social.
A startup auxilia as empresas varejistas na implementação de estratégia de Customer Experience, com treinamentos em sistema de Educação a Distância (EAD). Também apoia clientes com necessidades especiais, por meio de um aplicativo que oferece agendamento do dia, horário e a necessidade que cada um tem na hora de ir até um estabelecimento comercial. “Queremos que as pessoas com deficiência tenham mais autonomia e saibam que quando chegarem na loja terá alguém especializado para atendê-las”, diz Sonny.
Segundo Rodrigo, atualmente as marcas entram em contato com a startup e a parceria consiste em campanhas para que os atendentes possam se conscientizar. “Depois disso fazemos a divulgação da marca para os nossos usuários e consequentemente eles visitam a loja. Hoje atendemos três marcas, mas a nossa grande parceira, sem dúvidas, é a Renner”.
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Bate bola com os fundadores da Inclue
Por que investir em Diversidade e Inclusão?
Sonny: Fala-se muito sobre o assunto hoje em dia, escutamos falar diariamente sobre isso, mas na prática nada acontece. Então trabalhamos para que as marcas realmente foquem mais nesse público que é muito grande e que podem ser clientes fiéis. Afinal, diversidade é convidar para a festa e inclusão é convidar para dançar.
O ecossistema de startups está mais inclusivo?
Sonny: As coisas estão engatinhando, mas acredito que temos um longo caminho pela frente tanto de conscientização quanto de inclusão [na prática] para chegar no ponto ideal.
Rodrigo: A sociedade ainda não percebe a importância da inclusão e nem o potencial humano sobre as nossas diversidades. Então é preciso que a gente atue na conscientização do mercado e mostrar como o assunto em questão afeta o dia a dia das empresas. Porque a diversidade é o pilar da inovação.
O maior desafio enfrentado?
Rodrigo: O maior desafio é realmente alcançar o varejo e aqueles que defendem a inclusão. Percebemos que existe uma procura mas ainda existe uma lacuna para a efetividade.
A maior conquista até agora?
Rodrigo: Receber pessoas com deficiência. Sempre que assistimos os depoimentos que as pessoas nos mandam, nós choramos, porque elas comentam que nunca tiveram um atendimento tão humano e inclusivo.
Dica para as empresas que ainda não investem em inclusão
Sonny: A dica que eu dou para as empresas é olhar para essas pessoas, porque elas querem trabalhar e comprar. E focar na inclusão não só vai ajudá-las ajudar a ganhar mais dinheiro mas também irá fazer com que mais pessoas tenham acesso a marca.
Rodrigo: Incluir é saber trabalhar em equipe. Se uma pessoa não sabe andar, ela sabe cantar. Se ela não tem muita facilidade de se comunicar, ela tem de pensar, se ela não consegue ver, ela consegue escutar. Então no momento em que a empresa compreende a força e as fraquezas de cada um e trabalha em cima disso, todo mundo cresce.
Próximos passos da Inclue
Atualmente, a Inclue está presente em São Paulo e no Rio de Janeiro. A startup ainda não recebeu investimentos, mas pretende abrir uma rodada de captação nos próximos meses. O time por enquanto é formado por quatro pessoas, mas a expansão da equipe já está nos planos dos fundadores.
Os próximos passos da startup incluem aumentar a quantidade de lojas, captar investidores e conquistar não só o Brasil mas a América Latina como um todo. “Queremos que as empresas percebam o quanto a inclusão é necessária não só para os deficientes mas também para a economia no geral”, finaliza Rodrigo.
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