* Por Ricardo Recchi e Denis Nascimento
Se há alguns anos nossas únicas opções para guardar o dinheiro eram os bancões ou os colchões, atualmente, temos outras 876 fintechs para optarmos. Tendo captado 1,9 bilhão de dólares em 2020, vimos o crescimento do nicho de startups brasileiras de finanças ser acelerado pela pandemia da Covid-19, segundo análises do Distrito Dataminer, que monitora mais de 12 mil startups no País.
Concorrendo com essas fintechs, estão as tradicionais e renomadas instituições financeiras, os bancões, que se resumem a poucas instituições e que por anos foram as únicas alternativas no mercado. Para suportar o crescimento deste mercado e transformar este cenário, o Banco Central vem fomentando as pequenas e médias instituições financeiras, que trazem em suas essências modernidade e baixa de juros ao setor. Nessa linha, para 2021, podemos esperar grandes movimentações acerca do Open Baking e do PIX. Nesta linha, dos grandes aos pequenos bancos, há um vasto e fértil campo para promover a inovação.
Diante das tendências, uma competição saudável deve ascender entre fintechs versus bancões e o alvo que determinará a captação e a manutenção de clientes será a experiência proporcionada. Enquanto as instituições financeiras tradicionais correm para transformar suas operações em modelos digitais para protegerem seu negócio e seus clientes, as fintechs avançam com o diferencial competitivo de atuarem num mercado já estabelecido.
Neste sentido, a vantagem das startups de finanças é que elas não precisam despender de tempo e dinheiro de seus investidores para a criação de linguagens de códigos, basta integrar com outras plataformas e até com seus designs gráficos para acelerar processos determinantes, como atendimento personalizado, experiência de navegação otimizada, interface intuitiva, tempo de resposta quase instantâneo, entre outros atributos inovadores. Tal oportunidade os bancões não tiveram anos atrás.
Atualmente, por meio do low-code, que otimiza linguagens de programação, é possível “construir” uma instituição financeira em dois meses. Ou seja, é preciso uma ideia, um investimento, uma tecnologia com pouco código e de, no máximo, 60 dias para obter um banco com diferencial competitivo.
Vale dizer que esses diferenciais se tornaram ainda mais necessários para se sobressair como instituição financeira em 2021, tendo em vista que o Open Baking – modelo que possibilitará a troca de informações e serviços bancários dos clientes entre todas as instituições financeiras por meio da integração de plataformas e infraestruturas tecnológicas, será responsável por aumentar a competitividade, além da eficiência e transparência dos bancos.
Esse novo ecossistema bancário exigirá mudanças e movimentações pelas instituições financeiras que, agora, mais que nunca, devem priorizar agilidade e redução de custos. Aqui, o low-code é a saída para as startups de finanças conquistarem tal inovação aberta sem sobrecarregar os desenvolvedores com criações de linguagens de códigos. Com essa agilidade, a equipe pode se concentrar nas oportunidades acerca do Open Baking.
Os desenvolvimentos ágeis são o ingresso de entrada e estada das fintechs no mercado financeiro brasileiro e, por meio de tecnologias facilitadoras e iniciativas governamentais, estamos atingindo o cenário ideal: competição acirrada para os bancões servindo como estímulo às instituições financeiras entregarem seus melhores produtos aos menores preços possíveis porque, caso contrário, sempre haverá concorrentes.
* Ricardo Recchi é country manager da Genexus Brasil, desenvolvedora global de produtos para software baseados em Inteligência Artificial. Denis Nascimento é diretor da DNGX, consultora e desenvolvedora de sistemas em GeneXus.