*Por Leandro Vieira
Nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) surgiu como uma força transformadora em diversas áreas da sociedade, desde a indústria até os serviços financeiros, saúde e educação. No entanto, apesar do entusiasmo e dos avanços tecnológicos, o Brasil enfrenta uma série de desafios que limitam a adoção plena e eficaz da IA. Entre eles, destacam-se a falta de entendimento dos casos de uso de IA, questões de privacidade de dados, escassez de talentos no setor e dúvidas quanto ao retorno sobre o investimento.
Mas será que esses desafios são realmente reais ou há falta de informação por parte das empresas?
Segundo levantamento da Bain & Company, sobre a adoção da IA Generativa nas companhias brasileiras, 58% dos entrevistados no Brasil consideram que ainda estão em um momento exploratório, sendo que apenas 9% se consideram líderes, com uma ou mais aplicações em uso na empresa.
Falta de entendimento dos casos
Um dos principais desafios enfrentados pelas empresas e organizações brasileiras é a compreensão dos casos de uso de IA e como aplicá-los de forma eficaz em seus respectivos domínios. Há uma falta de clareza sobre como a IA pode ser integrada aos processos para melhorar a eficiência, a qualidade e a tomada de decisões. A complexidade dos algoritmos de IA, sua aplicação prática, falta de programações e aprendizado de máquina podem ser barreiras significativas, especialmente para empresas sem expertise técnica.
O estudo “O estado da IA responsável”, produzido pela FICO mostra que quase dois terços (65%) das organizações não conseguem explicar como as decisões ou previsões dos seus modelos de IA são feitas.
Portanto, investir em programas de capacitação e conscientização, tanto para os líderes quanto para os funcionários em todos os níveis, é fundamental para superar esse desafio.
Privacidade de dados e questões éticas relacionadas ao uso da IA
Apesar de as empresas estarem mais atentas com as regulações sobre o uso e privacidade de dados, com a crescente quantidade de informações sendo coletados e processados diariamente, surge a necessidade de proteger a privacidade e os direitos dos cidadãos.
No Brasil, o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelecem diretrizes importantes para o tratamento de informações pessoais, incluindo aquelas utilizadas em sistemas de IA.
Além disso, existem as questões entre ética e inteligência artificial e os impactos na sociedade como as alterações do comportamento humano e relações interpessoais, os erros cometidos por máquinas que podem comprometer a vida humana, o receio que IA possa superar as capacidades humanas e a interação com robôs.
Escassez de talentos e capacidades técnicas
Um dos desafios mais persistentes enfrentados pelo ecossistema de IA no Brasil é a escassez de talentos e capacidades técnicas qualificadas. A demanda por profissionais com experiência na área, supera a oferta disponível, criando um gargalo para a inovação e a implementação de soluções baseadas em IA em diversos setores da economia.
É necessário investir em programas de educação e capacitação em IA desde o ensino fundamental até o ensino superior. Como é da Oracle Academy, com o programa Oracle Learning Explorer que disponibiliza cursos de treinamento de nível básico e certificados para todo o portfólio de produtos da Oracle, com intuito de capacitar profissionais do mundo inteiro para que possam começar a desenvolver habilidades valiosas de TI.
Muitas empresas brasileiras ainda têm dúvidas quanto ao retorno sobre o investimento em projetos de IA. Embora os benefícios potenciais sejam vastos, o custo e o tempo necessários para implementar e escalar soluções de IA podem ser percebidos como obstáculos significativos. Com isso, compartilhar casos de sucesso e lições aprendidas pode ajudar a demonstrar o potencial de valor agregado da IA em diferentes contextos empresariais.
Por fim, no tema de Inteligência Artificial, nunca atingiremos um “estado da arte” definitivo, devido à constante inovação e ao surgimento de novas tecnologias e casos de uso. Neste contexto destaco duas coisas fundamentais:
1) Iniciar e promover a curiosidade sobre IA na sua empresa;
2) Buscar ajuda, pois ninguém fará nada neste ambiente sozinho, desde a procura por casos de uso até o suporte nas implementações. É crucial buscar ajuda de quem já vive a experiência com IA, como a Oracle, que investe em oferecer trocas reais com seus clientes.
*Com mais de 13 anos de experiência no mercado de tecnologia e inovação, Leandro é o atual Vice-Presidente para empresas High Tech da Oracle para América Latina, onde atua há quase 1 ano. Graduado em Ciência da Computação pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC), possui MBA em Gestão de negócios, pela Fundação Getúlio Vargas e Pós em Desenvolvimento de liderança executiva na EGADE – Business School del Tecnológico de Monterrey. É mentor voluntário de um grupo de estudantes de tecnologia no programa de conclusão de curso pelo Instituto PROA.
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