* Por Jéssica Lima
Estamos em 2024, a tecnologia já é parte natural das nossas vidas, como consequência, as novidades tecnológicas já não nos apavoram mais. Por outro lado, essa constante normalização pode nos cegar para o óbvio: a grande revolução da nossa geração finalmente chegou. A popularização dos computadores pessoais nos anos 70 e a disseminação da internet na década de 90 transformaram profundamente a sociedade. Essas mudanças revolucionaram o mercado de trabalho, exigiram novas políticas públicas e, até hoje, desafiam os sistemas legislativos globais a acompanhar as novas formas de interação social.
Com a Inteligência Artificial não será diferente. A tecnologia tem dividido opiniões entre o público geral, criando dois grupos distintos: os entusiastas, que veem um potencial sem precedentes, e os receosos, que expressam preocupações infinitas sobre seu impacto futuro. Os empreendedores, no entanto, devem se posicionar em um terceiro grupo: o dos atenciosos. Afinal, não importa qual a área de atuação, seu negócio será ou já está sendo afetado.
Segundo estudos da Gartner, até o 2025, 30% das mensagens de marketing enviadas por organizações de grande porte serão geradas sinteticamente, mas essa é só a ponta do iceberg. Para além da criação de textos e artes, a IA generativa já está sendo usada em outros setores, como pesquisa de novos medicamentos, desenvolvimento de materiais para os setores automotivo, aeroespacial, de defesa, médico, eletrônico e de energia, e esses são apenas alguns exemplos. No que tange às startups, até o próximo ano, 75% dos investimentos feitos por fundos de venture capital acontecerão com o apoio da inteligência artificial.
As questões legais também recebem atenção. Foi só no final do ano passado que a União Europeia firmou um acordo de regulamentação sobre inteligência artificial e apenas 21 países de todo o globo possuem alguma regulamentação específica para a IA. No Brasil, a discussão sobre o tema existe desde 2020, mas ainda não viu avanços. Esta é uma preocupação global, sendo um dos temas trabalhados durante a primeira reunião do Startup20 em Macapá, entre os dias 23 a 26 de fevereiro deste ano.
Um dos pontos que mais inquietam os brasileiros, segundo o estudo global Trust in Artificial Intelligence, realizado pela KPMG e pela Universidade de Queensland (Austrália), é a substituição da mão de obra humana, citada por 57% dos entrevistados. E, ao contrário do que o grupo dos entusiastas gosta de propagar, é uma temática preocupante para os próximos anos.
Se as mudanças serão sutis ou terão um grande impacto socioeconômico, ainda é cedo para dizer. Somos incapazes de prever os impactos da popularização da Inteligência Artificial, sendo impossível apontar qualquer tipo de cenário, seja ele distópico ou não. Por fim, nosso papel é estarmos preparados para todas as possibilidades.
*Jéssica Lima é formada em publicidade e propaganda, e somou sua paixão por escrever com outras habilidades para mergulhar no universo do marketing digital. Faz parte do time de marketing da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), ajudando a divulgar histórias de inovação de todo o País.
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