Artigo por José Ricardo Ferreira*
O comércio eletrônico brasileiro faturou R$ 12,74 bilhões no primeiro semestre de 2013, de acordo com o relatório Webshoppers, do e-bit, e a expectativa é de que a arrecadação total chegue a R$ 28 bilhões até o final do ano. O segmento de “Cosméticos e Perfumaria/Cuidados Pessoais/Saúde” ocupa a terceira posição, responsável por uma parcela de 12,2%. Se a projeção se confirmar, os ganhos deste setor devem ultrapassar os R$ 3 bilhões.
A grande vantagem da compra pela Internet em relação ao telefone é a possibilidade de pesquisar por cada medicamento, verificar indicações e contra indicações, ler a bula e visualizar remédios similares. Além disso, é possível consultar frete e tempo de entrega.
O número é representativo se considerarmos as peculiaridades das lojas virtuais, que sempre favoreceram a venda de itens de uso não tão pessoal, como CDs, DVDs, livros e eletroeletrônicos. O cenário começou a mudar recentemente, com um rápido crescimento nas vendas de roupas, calçados e acessórios, produtos que requerem tempo na escolha e possuem variáveis como tamanho e caimento. O segmento de moda ocupa atualmente o primeiro lugar no e-commerce nacional, responsável por 13,7% do faturamento.
O aumento do comércio eletrônico de medicamentos faz parte de uma nova fase, influenciada por uma mudança de cultura dos usuários, no qual o serviço de delivery começa a migrar do telefone para a web. Essa tendência foi inaugurada por locadoras de DVDs, seguidas por redes de fast food e chegou até as farmácias. Trata-se de um serviço que preza pela máxima comodidade, importante para quem precisa de um medicamento e pode estar com a saúde debilitada.
Por se tratar de produtos que requerem cuidados na utilização, a venda de medicamentos pela Internet é regulamentada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e precisam seguir algumas exigências, como a existência de uma loja física e a disponibilização de um farmacêutico online para tirar dúvidas sobre posologia e interações medicamentosas. A comercialização de antibióticos e medicamentos tarja preta só pode ser realizada em lojas físicas devido ao rígido controle e retenção da receita médica.
Apesar das restrições, o delivery online de medicamentos é extremamente eficiente para o usuário, que evita o deslocamento até o local e ganha tempo que despenderia na fila do caixa. Também é lucrativo para a drogaria, podendo representar até 40% de faturamento de um mercado que cresce 15% ao ano e deve arrecadar R$ 100 bilhões em 2017.
Artigo por José Ricardo Ferreira, CEO do Grupo Entire Technology Partners, um dos principais fornecedores de soluções de comércio eletrônico para o mercado corporativo (B2B-Business to Business) e desenvolvedor do 3Farma, um marketplace de lojas físicas do setor farmacêutico.
Imagem de abertura: AuntieP/Flickr(CC)