* Por Alexandre Gotthilf
Para uma empresa alcançar os objetivos desejados, não basta apenas impor metas. É preciso, primeiramente, estabelecer valores sólidos, pois é a partir deles que fica mais fácil identificar quais os caminhos e maneiras para alcançá-los. A soma desses fatores, muitas vezes, é fundamental para que uma companhia tenha a cultura organizacional positiva, o que impacta diretamente na produtividade e nos resultados.
Nos últimos anos, a cultura organizacional ganhou força e se tornou peça-chave no crescimento de boa parte dos modelos de negócios. De acordo com estudo realizado pela PwC Brasil em 2018, 76%, das empresas têm percebido cada vez mais que a cultura deve fazer parte do cotidiano, já que reúne princípios e comportamentos dentro da organização e colabora para que os funcionários sintam-se mais motivados a exercerem suas atividades.
Acredito que outras características também contribuem para que empresas tenham uma cultura interna efetiva e satisfatória, com uma equipe diversificada, que reúna profissionais experientes com know how no mercado e jovens talentos com vontade de crescer e que tenham brilho nos olhos. Além disso, quando os princípios de uma empresa estão claros, os colaboradores passam a se sentir importantes, e ficam com a certeza de que fazem parte da equipe.
Com o ambiente de trabalho mais tranquilo, os colaboradores tendem a se sentir mais seguros, o que contribui não apenas para o surgimento de novas ideias que podem, inclusive, modernizar setores ou a empresa como um todo, como também estimula a parceria entre as equipes, tendo como consequência a diminuição de conflitos e concorrências internas. Isso é fundamental, pois contribui para a diminuição do estresse dos colaboradores.
O estresse, inclusive, é um problema que pode causar danos graves à saúde não apenas no ambiente corporativo, como já é sabido, mas em várias outras áreas também. Em recente artigo publicado no site Real Leaders, Carey Lohrenz, primeira mulher a pilotar um caça Tomcat F-14 da Marinha dos EUA, e que já passou por todo tipo de exaustão possível devido à profissão, aponta que pessoas em situação de estresse perdem até 80% da capacidade de processar informações. Esse dado é corroborado em estudo da revista científica Neurology, que mostrou que pessoas com meia-idade com altos níveis de cortisol apresentam um menor volume cerebral e maiores problemas cognitivos em relação às pessoas que tinham menores níveis deste hormônio.
Portanto, é possível afirmar que a cultura organizacional norteia boa parte das estratégias de uma empresa, passando pelas regras internas, tomadas de decisões, escolha de parceiros e posicionamento no mercado, o que por sua vez contribui, ainda, para o aumento da credibilidade da companhia, melhorando a confiança e a imagem que ela passa para clientes e mídia.
Como todos esses atributos somados, os resultados são alcançados de maneira mais rápida e eficiente, já que a produtividade aumenta. Contudo, para que a cultura organizacional possa funcionar de maneira eficaz, é necessário que todos os funcionários estejam de acordo, já que não são apenas os executivos os responsáveis pelo sucesso desse tipo de estratégia. É essencial que todos os membros da organização façam a cultura organizacional da empresa de fato acontecer.
Desta forma, se o empreendedor quer que a sua empresa cresça, é importante ter em mente qual mensagem deseja transmitir não apenas para colaboradores, mas para sua rede de relacionamento como um todo. Sabendo isso, a cultura organizacional irá se impor naturalmente.
Alexandre Gotthilf é cofundador e CEO da Plugify, startup brasileira de HaaS – Hardware as a Service que simplifica o acesso e a gestão de TI para empresas de todos os portes. O executivo estudou na Graded School e cursou Relações Internacionais na ESPM e MBA em Administração e Gestão de Negócios na FGV. Antes de criar a Plugify, Alexandre foi Gerente Geral na Pitzi e Trader na Cisa Trading.